Ibovespa fecha com 117.019 pontos, 7ª semana seguida no azul; dólar registra menor valor em um ano

O Ibovespa teve sua sexta sessão de alta seguida nesta sexta-feira (9), com a manutenção do otimismo doméstico após o feriado de Corpus Christi, o que ajudou a trazer fluxo de investidores estrangeiros à bolsa.

Petrobras e Banco do Brasil foram as maiores influências positivas ao índice. Vale, que reverteu alta de mais cedo, e Weg ficaram na ponta oposta.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, subiu 1,33%, a 117.019,48 pontos. Na máxima, marcou 117.602,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,3 bilhões.

Na semana, o Ibovespa avançou 3,96%. Esta é a sétima semana seguida em que o índice acumula desempenho positivo, maior sequência desde o final de 2020.

“Acreditamos que o desempenho forte do índice hoje é um prolongamento do movimento de alta dos últimos dias”, disse o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos.

Ele citou fatores como o avanço do arcabouço fiscal no Congresso, discussões sobre a reforma tributária, queda nas expectativas de juros com dados positivos de inflação e perspectiva de término do ciclo de alta nos juros americanos.

“Esses fatores estão sendo responsáveis por destravar o valor do índice e ativos de risco, que se encontravam descontados”, acrescentou Novaes.

As perspectivas de juros no Brasil e nos Estados Unidos estiveram em focos nos últimos dias. Por aqui, o IPCA de maio abaixo do esperado, divulgado na quarta-feira, reiterou expectativa de que a Selic caia no segundo semestre deste ano. Já nos Estados Unidos, as estimativas majoritárias no mercado apontam para uma interrupção na alta de juros na próxima semana.

Esse momento de mais otimismo pode estar levando à entrada de recursos estrangeiros na bolsa, assim como à recomposição de posições pela indústria de fundos, que havia deixado a renda variável nos últimos meses.

“Pelas compras intraday, bancos estrangeiros estão liderando o movimento de compra, o que sugere uma entrada de estrangeiro”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Ele destacou, porém, que outros fatores também ajudaram o índice na sessão, como a queda dos juros futuros e um ajuste com o mercado externo, uma vez que a B3 esteve fechada na véspera para feriado.

O saldo de entrada de recursos estrangeiros no país, contando follow-ons, é de 10,1 bilhões de reais em 2023 até 6 de junho. Neste mês, o saldo está em 560,3 milhões de reais.

Em Wall Street, os principais índices de ações fecharam em leve alta, com avanço de 0,11% do S&P 500 .SPX, com disparada de Tesla após a General Motors adotar o padrão de sistema de recarga de baterias da montadora de veículos elétricos. No radar, estão dados de inflação dos EUA e decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed) na semana que vem.

A véspera, quando o mercado brasileiro estava fechado, também foi de ganhos para os índices em Nova York.

Destaques

DESTAQUESPETROBRAS PN disparou 4,88%, a R$ 30,28 , sexta alta seguida, mesmo em meio à queda de 1,5% do petróleo Brent no exterior. A estatal anunciou na quarta-feira (7) à noite a conclusão da venda do Polo Potiguar à 3R. Para o Citi, o negócio representa o fim de uma era de desinvestimentos bem-sucedidos, embora algumas transações ainda tenham que ser fechadas. A 3R PETROLEUM ON perdeu 1,84%, a R$ 32,57, após subir mais cedo.

CVC BRASIL ON saltou 9,86%, a R$ 4,57, após o grupo de turismo anunciar a contratação de Citigroup e Itaú BBA para coordenação de uma potencial oferta primária de ações para captar pelo menos R$ 200 milhões.

HYPERA ON aumentou 4,3%, a R$ 45,84, após um acionista não identificado vender 5,19% do capital social da farmacêutica nesta sexta-feira, em block trade de R$ 1,51 bilhão, conforme informações da B3.

VALE perdeu 0,45%, a R$ 68,36, após alta sólida na abertura. O recuo ocorreu mesmo diante de ganhos do minério de ferro na Ásia, com sinais de que a maior produtora de aço, a China, está se movendo para apoiar sua economia. O contrato mais negociado em Dalian, na China, subiu 3,4% nas negociações diurnas, a 812 Iuanes (US$ 114,03) por tonelada métrica.

COPEL PNB ganhou 3,64%, a R$ 7,98, sexta alta consecutiva, após a estatal paranaense aprovar o encaminhamento aos acionistas de uma série de mudanças no estatuto que permitiriam a privatização da companhia, prevista para ocorrer no segundo semestre deste ano.

ITAÚ UNIBANCO PN mostrou variação positiva de 1,39%, a R$ 27,8, após anunciar investimento de 1 bilhão de reais em projeto de energia eólica da Engie

ENGIE BRASIL ON subiu 1,46%. O banco privado também aprovou distribuição de juros sobre capital próprio aos acionistas de R$ 0,2663 por ação.

A sexta-feira foi positiva para o setor financeiro, com destaque para BANCO DO BRASIL ON, que exibiu elevação de 4,88%.

Dólar

Em uma sessão entre o feriado e o fim de semana, o dólar à vista voltou a recuar ante o real nesta sexta-feira (9) e atingiu o menor valor em um ano, após dados negativos da China elevarem a perspectiva de que o governo chinês poderá dar suporte à sua economia — o que é positivo para divisas de países como o Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8761 na venda, com baixa de 0,98%. Esta é a menor cotação de fechamento desde 7 de junho de 2022, quando encerrou a R$ 4,8741.

Na B3, às 17h08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,12%, a R$ 4,8970.

Na noite de quinta-feira (8), a Agência Nacional de Estatísticas da China informou que o índice de preços ao produtor de maio caiu pelo oitavo mês consecutivo, a uma taxa de 4,6%. Esse foi o declínio mais rápido desde fevereiro de 2016 e maior do que a expectativa de queda de 4,3% em pesquisa da Reuters.

Enquanto a inflação tem demonstrado fraqueza na China, ela tem apertado a demanda por produtos nos EUA e na Europa. Assim, alguns analistas avaliam que o banco central chinês poderá cortar juros em sua reunião da próxima semana, para dar suporte à economia.

Com isso, os preços de algumas commodities, como o minério de ferro, encontraram suporte nesta sexta-feira, assim como diversas moedas de países exportadores de matérias-primas, como o real.