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    Ibovespa fecha aos 108 mil pontos, maior patamar em 2 meses; dólar cai a R$ 5,11

    Principal índice da B3 encerrou com ganhos de 1,81%, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 1,07%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta de 1,81%, aos 108.402,27 pontos, nesta segunda-feira (8), beneficiado pela entrada de capital estrangeiro no Brasil, em especial para setores ligados a commodities, com uma perspectiva mais positiva para a demanda na China e nos Estados Unidos. Os papéis da Petrobras, por exemplo, subiram aproximadamente 5%.

    Esse foi o maior patamar do índice desde 7 de junho, quando bateu 110.070 pontos. No dia, o índice foi prejudicado pelas preocupações dos investidores sobre o cenário doméstico.

    Já o dólar terminou em queda de 1,07%, a R$ 5,113, mantendo um fluxo favorável de investimentos para o Brasil iniciado na semana anterior e com o real favorecido por uma aversão maior a riscos entre investidores. Esse foi o menor valor desde 15 de junho, quando a moeda fechou a R$ 5,027.

    À época, o mercado digeriu a decisão do Federal Reserve de subir a taxa de juros em 0,75 ponto percentual – quantidade dentro do esperado pelos analistas.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na sexta-feira (5), o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,168, acumulando recuo de 0,07% na semana. Já o Ibovespa subiu 0,55%, aos 106.471 pontos, e alta semanal de 3,19%.

    Juros

    O movimento tanto da bolsa quanto da moeda norte-americana coincidiu com a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o ciclo de alta de juros no Brasil pode ter terminado em agosto, mas deixando em aberto uma possível elevação em setembro dependendo da conjuntura.

    Com a taxa Selic seguindo as projeções do mercado, as areações entre investidores foram positivas. No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, o mercado manteve a projeção de uma Selic a 13,75% ao fim de 2022, não esperando novas altas na taxa.

    Em relatório, a Ativa Investimentos afirma que “estamos perto do pico dos nosso juros e, com isso, já sentimos parte do mercado antecipando o movimento na bolsa e esperando se aproveitar da combinação de futura queda de juros e a atual existência de bons ativos que permitem uma boa margem de segurança”.

    Minério de ferro

    Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Singapura subiram nesta segunda-feira, ampliando ganhos à medida que a melhora das margens das siderúrgicas na China incentiva as usinas a reiniciar gradualmente os altos-fornos ociosos e aumentar as importações do ingrediente siderúrgico.

    As esperanças de que os cortes na produção de aço na China, maior produtor mundial, para cumprir metas de descarbonização sejam menos árduos no segundo semestre do ano também apoiaram os preços do minério de ferro.

    O contrato de minério de ferro mais negociado para janeiro de 2023 na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com alta de 4,3%, a 737,50 iuanes (US$ 109,06) a tonelada. No início da sessão, o papel atingiu seu maior nível desde  de agosto em 745,50 iuanes.

    Na Bolsa de Cingapura, o contrato de setembro chegou a subir até 3,6%, para US$ 113,05 a tonelada, estendendo a recuperação de sexta-feira frente a uma queda de cinco sessões.

    Petróleo

    Após a queda de mais de 8% na semana passada, os contratos futuros do petróleo subiram nesta segunda-feira. Além do ajuste, o avanço da commodity se apoiou no dólar enfraquecido ante rivais. Dado de reservas estratégicas do petróleo no menor nível nos Estados Unidos desde 1985 também esteve no radar.

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em alta de 1,97%, a US$ 90,76. Enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 1,82%, a US$ 96,65, na Intercontinental Exchange (ICE).

    O petróleo oscilou na sessão, mas conseguiu terminar o dia no positivo. À espera do dado de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, na quarta-feira, o dólar caiu ante pares, o que favorece a compra de commodities para detentores de outras moedas.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • Rede D’Or (RDOR3) +6,61%;
    • SulAmerica (SULA11) +6,47%;
    • Gol (GOLL4) +6,41%;
    • Azul (AZUL4) +6,12%;
    • Hapvida (HAPV3) +5,89%

    Maiores baixas

    • JBS (JBSS3) -3,64%;
    • Locaweb (LWSA3) -2,35%;
    • MRV (MRVE3) -1,93%;
    • Eneva (ENEV3) -1,73%;
    • Marfrig (MRFG3) -1,56%

    *Com informações da Reuters e da Agência Estado

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