Ibovespa fecha em queda após novos atritos entre Lula e BC; dólar sobe a R$ 5,20
Investidores também digerem tom duro da ata da última reunião de política monetária do Banco Central
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (7), destoando de Wall Street. O principal índice da B3 terminou o dia em baixa de 0,82%, aos 107.829,73 pontos, pressionado por novos atritos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central, em dia de divulgação da ata do Copom.
Já o dólar fechou em alta de 0,51% nesta terça-feira (7), cotado a R$ 5,201.
Em relação à ata, não há uma resposta direta às falas do presidente Lula no dia anterior, mas recados sobre o nível das metas de inflação. Os diretores do BC rejeitam a percepção de que o Copom seria leniente com o cumprimento das metas e reafirmou o compromisso da autarquia, deixando claro que não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário caso necessário.
Eles também consideraram acompanhar as medidas econômicas já anunciadas, em um aceno ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avaliar o efeito delas nas expectativas inflacionárias.
No exterior, o foco está no presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que, em discurso nesta tarde, em Washington, afirmou que dados muito fortes de emprego divulgados na semana passada simplesmente afirmam que o banco central norte-americano ainda tem espaço para aumentar a taxa de juros.
Quando se trata dos dados de empregos de janeiro divulgados na sexta-feira, “não esperávamos que fosse tão forte”, disse Powell.
Nesta manhã, o presidente do Fed de Minneapolis disse ser preciso subir as taxas agressivamente para colocar teto na inflação e deixar a política monetária fazer o seu trabalho.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,57%, a R$ 5,174 na venda, nível de encerramento mais alto desde 23 de janeiro (R$ 5,199).
O Banco Central fez neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de março de 2023.
Nesta terça, além da ata do Copom, a expectativa do mercado também gira em torno do balanço de resultados do 4º trimestre de 2022, após o fechamento do mercado e em meio há dúvida sobre o tamanho da provisão por causa da Americanas.
(Com informações de Thais Herédia, da CNN, e Reuters)