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    Ibovespa fecha abaixo dos 100 mil pontos, seguindo viés negativo nos EUA; dólar cai a R$ 5,35

    Principal índice da B3 terminou aos 99.771,69 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,38%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em queda de 0,38%, a R$ 5,351, nesta terça-feira (26), após apresentar alta volatilidade na sessão, alternando entre ganhos e perdas. Esse é o menor valor desde 8 de julho (R$ 5,269).

    A moeda chegou a ser favorecida por uma aversão a riscos por parte dos investidores, que esperam o fim da nova reunião de política monetária do Federal Reserve. Entretanto, o real foi beneficiado pela alta nas commodities e por um otimismo maior entre investidores.

    O mercado espera que o banco central dos Estados Unidos eleve os juros novamente em 0,75 ponto percentual, aposta reforçada após dados indicarem uma contração na economia do país mais cedo que o esperado. Entretanto, o foco estará nas sinalizações da autarquia sobre os próximos passos do ciclo de alta.

    As expectativas de um ciclo menos agressivo ajudaram a moeda brasileira a valorizar em relação ao dólar.

    O Ibovespa terminou o dia em queda de 0,50%, aos 99.771,69 pontos, refletindo as bolsas norte-americanas que encerraram no vermelho enquanto investidores aguardavam os balanços financeiros das companhias de tecnologia e consumo e a reunião do Fed. O mercado também digeriu os dados sobre as vendas de moradias novas nos EUA, que caíram 8,1% em junho.

    No radar dos investidores estava ainda o IPCA-15, que desacelerou com força em julho, mostrando alta de apenas 0,13%, menor variação em dois anos, o que fez a taxa em 12 meses voltar a ficar abaixo de 12%.

    Por outro lado, o bom desempenho de ações ligadas a commodities, em especial Vale e Petrobras, em meio à alta nos preços do minério de ferro e petróleo, seguraram a queda do principal índice da B3.

    Neste pregão, o Banco Central realizou leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na segunda-feira (25), o dólar teve queda de 2,28%, a R$ 5,372, na maior desvalorização diária desde 10 de março de 2021. Já o Ibovespa avançou 1,36%, aos 100.269,85 pontos.

    Minério de ferro

    Os preços do minério de ferro alcançaram máximas de duas semanas nesta terça-feira, estendendo um rally na esperança de que a melhora das margens de siderúrgicas chinesas e o apoio de Pequim ao setor imobiliário doméstico em dificuldades elevariam a demanda pelo ingrediente siderúrgico.

    O contrato de minério mais negociado, para entrega em setembro, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações em alta de 5,6%, a 748,50 iuanes (US$ 110,81) a tonelada, após atingir no início da sessão seu maior nível desde 11 de julho, a 749 iuanes.

    Na Bolsa de Cingapura, o contrato do minério de ferro para agosto subiu 5,7%, para US$ 111,40 a tonelada.

    O sentimento do mercado melhorou após relatos de que a China, maior produtora de aço do mundo, lançará um fundo de resgate no valor de até 300 bilhões de iuanes para desenvolvedores imobiliários atingidos por uma crise de dívida, buscando restaurar a confiança no setor.

    Petróleo

    Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, após uma sessão marcada por volatilidade. Dados macroeconômicos negativos nos Estados Unidos pressionaram as cotações, que foram penalizadas ainda pela notícia de que Washington liberará mais uma rodada de reservas da commodity.

    Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para setembro encerrou em baixa de 1,78%, ou US$ 1,72, a US$ 94,98, enquanto o do Brent para outubro cedeu 0,73%, ou US$ 0,73, a US$ 99,46, na Intercontinental Exchange (ICE).

    O ativo energético começou o dia no azul, em meio a crescentes riscos de oferta. O novo corte no fornecimento da Rússia à Europa impulsionou fortemente os preços do gás natural, o que ajudou a sustentar demais commodities.

    “O racionamento de gás na Europa parece cada vez mais provável”, disse o analista Stephen Innes, da SPI Asset Management, em nota pela manhã. “A Europa poderia potencialmente trocar gás por petróleo, o que está elevando os preços do Brent”, acrescentou.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A alta foi de 0,75 ponto percentual, maior desde 1994, e novas elevações na mesma magnitude não foram descartas.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Entretanto, o combate do país à maior inflação em 41 anos gera crescentes temores de uma recessão na maior economia do mundo devido à necessidade de um aperto monetário agressivo. O risco leva a uma aversão a riscos, favorecendo o dólar e prejudicando ativos considerados arriscados, caso do mercado brasileiro.

    Por outro lado, novas restrições em cidades da China foram anunciadas no início de julho, revertendo um cenário de otimismo sobre uma retomada da economia do país após meses de lockdown em Xangai e Pequim. O quadro reforça temores de uma desaceleração econômica chinesa e consequente queda na demanda por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    Com a combinação de ambientes interno e externo adversos, a retirada de investimentos prejudica o Ibovespa e favorece o dólar em relação ao real.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • JBS (JBSS3) +2,97%;
    • IRB Brasil (IRBR3) +1,59%;
    • Petrobras (PETR3) +1,44%;
    • Positivo (POSI3) +1,42%;
    • Energias (ENBR3) +1,29%

    Maiores baixas

    • Qualicorp (QUAL3) -8,1%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) -6,45%;
    • Via (VIIA3) -6,35%;
    • Banco Pan (BPAN4) -5,88%;
    • Méliuz (CASH3) -5,61%

    *Com informações da Reuters

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