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    Dólar sobe a R$ 5,51 após turbulência na Turquia; Ibovespa fecha em queda

    Investidores evitaram moedas emergentes depois que o presidente da Turquia trocou o comando do banco central do país

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O dólar fechou a segunda-feira em alta de 0,64%, a R$ 5,5190 na venda, após oscilar entre R$ 5,549 (+1,19%) e R$ 5,4952 (+0,21%).

    Na B3, o Ibovespa fechou o primeiro pregão da semana em queda de 1,07%, aos 114.978 pontos. 

    Globalmente, o dólar subiu contra divisas emergentes depois que o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, substituiu o presidente do Banco Central por um crítico das altas de juros, deixando a lira turca em queda livre e enviando ondas de choque pelos mercados de câmbio globais. A decisão de Erdogan respingou nas moedas de países emergentes no geral, como o Brasil. 

    A Vale (VALE3) recuou 1,66%, com outras ações de mineração e siderurgia também no vermelho, na esteira do declínio dos futuros do minério de ferro na China diante da chance de mais cortes de produção em Tangshan.

    Embraer (EMBR3) cedeu 7,44% e liderou as perdas, com receios relacionadas à Covid-19 abrindo espaço para correção dos papéis, que até a sexta-feira subiam 18,6% em março. Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) perderam 6,1% e 3,63%, respectivamente.

    GPA (PCAR3) avançou 5,05%, mantendo o forte ritmo de valorização desde a semana passada.

    Internamente, investidores repercutiam o avanço contínuo do coronavírus no país e a aceleração da inflação, que também já começa a preocupar.

    A questão sanitária continua no radar e mesmo novos acordos envolvendo vacinas têm efeito limitado na confiança de investidores, com o país a caminho de alcançar 300 mil mortes e 22 milhões de casos desde o começo da pandemia.

    Economias, ex-BCs, ex-ministros, empresários e outros nomes conhecidos do mercado financeiro assinaram uma carta publicada na imprensa nesta segunda-feira cobrando do governo aceleração do ritmo de vacinação e outras medidas.

    No Boletim Focus, o mercado financeiro elevou novamente as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021, que mede a inflação oficial do país.

    A estimativa saltou de 4,60% para 4,71%. Essa foi a décima primeira alta consecutiva na previsão para o índice, que há um mês estava em 3,82%.   

    Os investidores ainda olham para a votação do Orçamento do governo para 2021, que deve acontecer nesta semana, após três meses de atraso.

    Lá fora

    Wall Street fechou em alta nesta segunda-feira, com as ações de tecnologia recuperando-se de uma recente liquidação provocada pela alta nos rendimentos dos Treasuries e alta nas ações da Tesla. 

    O índice Dow Jones teve alta de 0,32%, aos 32.731 pontos, o índice S&P 500 valorizou-se 0,7%, aos 3.940 pontos, e o índice Nasdaq teve alta de 1,23%, aos 13.377 pontos

    Os papéis da Tesla subiram depois que a Ark Invest, que investe em fabricantes de carros elétricos, aumentou o preço-alvo da ação para US$ 3 mil em 2025. O papel da empresa fechou o pregão de hoje negociado a US$ 670.

    As ações europeias registraram ganhos nesta segunda-feira depois que os papéis de montadoras retomaram sua alta, enquanto bancos caíram após uma desvalorização da moeda turca e com a persistência de preocupações sobre mais restrições devido ao aumento dos casos de coronavírus no continente.

    O índice STOXX 600 subiu 0,2%, revertendo as quedas do início da sessão, com as ações de automóveis ganhando pelo quinto dia nas últimas seis sessões.

    Os papéis da Porsche saltaram 8,9%, sob o contágio de um frenesi de compras que tem impulsionado as ações da Volkswagen depois que a montadora alemã revelou planos para desafiar a Tesla no mercado de carros elétricos.

    As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira (22), com investidores atentos aos desdobramentos de uma inesperada troca de comando no Banco Central da Turquia, que fez a lira turca despencar em relação ao dólar.

    O índice acionário japonês Nikkei teve queda de 2,07% em Tóquio, a 29.174,15 pontos, pressionado por ações de montadoras e de fabricantes de eletrônicos, enquanto o Hang Seng caiu 0,36% em Hong Kong, a 28.885,34 pontos, e o sul-coreano Kospi recuou 0,13% em Seul, a 3.035,46 pontos.

    Já na China continental, os mercados ficaram no azul, à medida que papéis de empresas de energia renovável saltaram em meio a sinais de que Pequim pretende ampliar o apoio ao setor. O Xangai Composto subiu 1,14%, a 3.443,44 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,27%, a 2.222,72 pontos.

    Em Taiwan, o dia também foi positivo para o Taiex, que registrou alta de 0,74%, a 16.189,22 pontos.

    Investidores na Ásia e em outras partes do mundo acompanham a repercussão de uma nova mudança na presidência do BC da Turquia, que levou a lira turca a sofrer um tombo ante o dólar nesta madrugada. Sahap Kavcioglu assumiu o BC turco na sexta-feira, um dia após a instituição elevar seu juro básico em dois pontos porcentuais, a 19%.

    O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também é monitorado de perto, após anunciar no fim da semana passada que vai remover uma medida de emergência que vinha ajudando o setor bancário dos EUA a lidar com os efeitos da pandemia de Covid-19.

    Na Oceania, a bolsa australiana subiu hoje, interrompendo uma sequência de três pregões negativos. O S&P/ASX 200 avançou 0,66% em Sydney, a 6.752,50 pontos. 

    *Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo

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