Bolsa fecha em alta e dólar cai para o menor patamar do ano com estímulo nos EUA
Investidores repercutem a possibilidade de o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar mais estímulos à economia americana ainda hoje
O dólar à vista caiu 1,89%, a R$ 5,212 na venda, menor patamar para um encerramento desde 30 de dezembro (R$ 5,1915).
Na B3, o Ibovespa fechou o pregão em alta. O índice avançou 1,27%, aos 123.480 pontos. As commodities voltavam a ter protagonismo, mas as ações ligadas ao turismo tiveram desempenho ainda melhor.
Externamente, a possibilidade do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar mais estímulos à economia americana ainda hoje, e a surpresa positiva com a balança comercial chinesa ofereceram espaço para apetite por risco.
E o ambiente só não era melhor porque os investidores olhavam preocupados para o cenário interno, temendo intervenção do presidente Bolsonaro no Banco do Brasil.
Segundo informou a CNN no início da madrugada, Biden pode detalhar sua proposta de pacote fiscal para os EUA, na ordem de US$ 2 trilhões, nesta quinta-feira.
Entre as maiores altas da bolsa, as ações ligadas ao turismo eram destaque. A Embraer (EMBR3) foi a líder com valorização de 8,48%
Em seguida, o campo positivo teve a Azul (AZUL4) subindo 7,2%, Ecorodovias (ECOR3) avançando 5,61%, CVC (CVCB3) 5,49% e GOL (GOLL4) ganhando 4,49%.
Entre as quedas, a maior foi a da PetroRio (PRIO3), que caiu 1,86% depois de subir 3,9% na véspera. As ações do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 1,21%.
Os mercados também seguem acompanhando o avanço do novo coronavírus, já que a China voltou a ter mortes pela doença após oito meses.
As exportações chinesas cresceram mais do que o projetado em dezembro, enquanto a economia alemã encolheu menos do que o esperado, a 5,0% em 2020, uma vez que uma forte resposta do Estado ajudou a limitar os impactos causados ??pela pandemia da Covid-19.
O cenário externo ofusca o temor por uma nova greve dos caminhoneiros no Brasil. O mercado vê o setor com lideranças fragmentadas, o que dificulta a adesão a uma paralização no próximo dia 1º.
Lá fora
Wall Street encerrou em queda nesta quinta-feira, com esperanças em torno de um novo estímulo fiscal sendo confrontadas por investidores com a deterioração do mercado de trabalho.
O Dow Jones encerrou em queda de 0,22%, aos 30.991,52 pontos, o S&P 500 perdeu 0,38%, aos 3.795,54 pontos, e o Nasdaq recuou 0,12%, aos 13.112,64 pontos.
O relatório semanal de desemprego do Departamento do Trabalho do país mostrou que o número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego pela primeira vez aumentou mais do que o projetado na semana passada, destacando o impacto do ressurgimento dos casos de infecção pela Covid-19.
As notícias animadoras vindas dos Estados Unidos e da China também impactaram o mercado acionário da Europa. As bolsas do continente fecharam em alta pelo terceiro pregão consecutivo.
O índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,7%, atingindo novas máximas desde fevereiro de 2020, com os papéis nos setores de mineração, automobilístico e viagens entre os de melhor desempenho.
As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta quinta-feira (13), sem direção única. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, encerrou o dia em alta de 0,85%, com destaque para o setor financeiro, comumente embalado por notícias de estímulos.
O Japan Post Bank se fortaleceu em 2,1% nesta sessão. Outros índices da região acompanharam a capital japonesa, como o Hang Seng, de Hong Kong (+0,82%, a 28.465,75 pontos) e o Kospi, de Seul (+0,05%, a 3.149,93 pontos).
Contrariam a tendência compradora, porém, os índices da China continental, que aproveitaram o salto de casos da Covid-19 no país para continuar realizando lucros, como explicam analistas.
Províncias chinesas estão retomando lockdowns, um empecilho para a atividade econômica, visando conter a doença. Assim, o índice de Xangai terminou o dia em baixa de 0,91%, a 3.565,90 pontos, enquanto o índice de Shenzhen caiu 1,39%, a 2.360,40 pontos.
Na Oceania, o índice S&P/ASX, da Bolsa de Sidney, fechou em alta de 0,43%, a 6.715,30 pontos.
(*Com Estadão Conteúdo e Reuters)