Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa fecha em alta de 2,78%, maior desempenho no ano; dólar cai a R$ 5,07

    Principal índice da B3 encerrou aos 112 mil pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 1,66%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta de 2,78% aos 112.764,26 pontos, nesta sexta-feira (12), embalado por uma bateria de resultados corporativos e pela disparada de Petrobras, enquanto apostas relacionadas aos juros nos Estados Unidos e no Brasil asseguraram o melhor desempenho semanal desde novembro de 2020.

    Esse foi o maior patamar do índice desde 20 de abril (114.344 pontos) e a melhor variação do índice desde 2 de dezembro de 2021, quando subiu 3,66%.

    Já o dólar teve queda de 1,66%, a R$ 5,074, com o real mantendo um fluxo favorável em uma semana marcada pela volatilidade no mercado em relação às apostas sobre os próximos passos do Fed. Esse foi o menor valor em dois meses e a maior queda percentual diária em duas semanas.

    O mercado vem mudando de posição quanto ao grau de agressividade do Fed dependendo dos dados econômicos e falas que são divulgados. Apostas em um ciclo mais agressivo tendem a favorecer o dólar, já que tornam o mercado norte-americano mais atraente.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na quinta-feira (11), o dólar subiu 1,46%, a R$ 5,159. Já o Ibovespa teve queda de 0,47%, aos 109.717,94 pontos.

    Desempenho semanal

    A moeda norte-americana fechou o acumulado dos últimos cinco dias em queda de 1,83%, emendando a terceira desvalorização semanal consecutiva. Enquanto o principal índice da B3 acumulou uma alta de aproximadamente 5,45% – a quarta consecutiva de ganhos e o maior aumento semanal desde a semana encerrada em 6 de novembro de 2020.

    No início da semana, o mercado brasileiro teve forte valorização após o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos de julho não ter alteração ante o mês anterior, com o acumulado de 12 meses caindo de 9,1% para 8,5%, abaixo dos 8,7% esperados pelo mercado.

    Apesar de não ser a referência do Federal Reserve para medir a inflação, o indicador reflete o quadro inflacionário no país. O resultado reforçou apostas de que a autarquia poderia ser menos agressiva no ciclo de alta de juros.

    Dias depois, porém, falas de dirigentes da autarquia reforçaram a necessidade de combater a inflação de forma agressiva, revertendo parte das apostas. Na sequência, outra dirigente teve discurso com tom mais suave, retomando o otimismo entre os investidores.

    No radar do mercado também estava a alta do petróleo e do minério de ferro devido a uma perspectiva mais positiva para a demanda na China.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • Magazine Luiza (MGLU3) +17,76%;
    • Hapvida (HAPV3) +16,97%;
    • Via (VIIA3) +13,98%;
    • Azul (AZUL4) +10,73%;
    • Locaweb (LWSA3) +8,01%

    Maiores baixas

    • Grupo Natura (NTCO3) -10,36%;
    • Sabesp (SBSP3) +4,42%;
    • JBS (JBSS3) -2,62%;
    • Americanas (AMER3) -2,41%;
    • Tim (TIMS3) -1,16%

    *Com informações da Reuters

    Tópicos