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    Dólar sobe 1,46% e fecha a R$ 5,16; Ibovespa cai 0,47% com cautela no exterior

    Principal índice da B3 terminou aos 109 mil pontos, após sete sessões encerrando com ganhos

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar reverteu as perdas do início da sessão, e terminou com valorização de 1,46%, cotado a R$ 5,159, nesta quinta-feira (11).

    A moeda norte-americana foi beneficiada por uma moderação da aversão a riscos após dirigentes do Federal Reserve reafirmarem a necessidade de combater a inflação, influenciando em apostas sobre o ciclo de alta de juros no país.

    Já o Ibovespa fechou em queda de 0,47%, aos 109.717,94 pontos. O índice foi prejudicado por um movimento de ajuste e realização de lucros após uma sequência de sete pregões de valorização, e seguiu também um dia negativo nas bolsas do exterior.

    Após dados de inflação ao consumidor norte-americano, conhecido também como CPI (na sigla em inglês), indicarem desaceleração na quarta-feira, esta sessão foi marcada pelos dados ao produtor nos Estados Unidos, que também mostraram trégua.

    O índice para a demanda final caiu 0,5% no mês passado após subir 1,0% em junho, disse o Departamento do Trabalho dos EUA. Nos 12 meses até julho, o índice aumentou 9,8%, de 11,3% em junho.

    O mercado vem mudando de posição quanto ao grau de agressividade do Fed dependendo dos dados econômicos que são divulgados. Apostas em um ciclo mais agressivo tendem a favorecer o dólar, já que tornam o mercado norte-americano mais atraente.

    Na quarta-feira (10), o dólar teve queda de 0,87%, a R$ 5,085, no menor valor em oito semanas. Já o Ibovespa teve alta de 1,46%, aos 110.235,76 pontos.

    Inflação nos EUA

    O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos de julho não teve alteração ante o mês anterior, com o acumulado de 12 meses caindo de 9,1% para 8,5%, abaixo dos 8,7% esperados pelo mercado.

    Apesar de não ser a referência do Federal Reserve para medir a inflação, o indicador reflete o quadro inflacionário no país. O resultado reforçou apostas de que a autarquia poderá ser menos agressiva no ciclo de alta de juros.

    O mercado vem mudando de posição quanto ao grau de agressividade do Fed dependendo dos dados econômicos que são divulgados. Apostas em um ciclo mais agressivo tendem a favorecer o dólar, já que tornam o mercado norte-americano mais atraente.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

    *Com informações da Reuters

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