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    Bolsa tomba 4% com decisão sobre Lula; dólar fecha no maior patamar desde maio

    Após a notícia, os movimentos de alta do dólar e queda da bolsa ganharam força

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

     A anulação das condenações do ex-presidente Lula mexeu com os ânimos do mercado nesta segunda-feira (8). Após a notícia, os movimentos de alta do dólar e queda da bolsa ganharam força. 

    Com isso, o dólar subiu 1,66% em relação ao real, para R$ 5,7787. É o maior patamar da moeda norte-americana desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,8392).

    Na B3, o Ibovespa recuou 3,98% para 110.611 pontos.

    Com o Brasil atravessando o pior momento da pandemia de Covid-19, as ações de empresas que dependem da circulação de pessoas tiveram a maior queda no pregão de hoje. Localiza (RENT3) teve queda de 9,39%, enquanto a Unidas (LCAM3) caiu 9,23%. 

    As únicas ações que apresentaram alta nesta segunda-feira foram as da Marfrig (MRFG3), que se beneficia da alta do dólar e da Eletrobras (ELET3). Os papéis da Marfrig subiram 4,14%. 

    Hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou, em decisão monocrática, as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedidas pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato, e determinou a remessa dos respectivos autos à Seção Judiciária do Distrito Federal.

    Com a decisão, o ex-presidente recupera os direitos políticos e volta a se tornar elegível. 

    “Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance deste governo ir totalmente para o populismo”, comentou Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital.

    Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, “a grande preocupação do mercado fica por conta do rumo da situação fiscal do pais, vide que o governo pouco avançou com a pauta até o momento”.

    Inflação e pandemia

    Internamente, os investidores também reagiam ao Boletim Focus. A projeção do mercado financeiro para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021, que mede a inflação oficial do país, saltou para 3,98%.

    Essa foi a nona alta consecutiva na estimativa do índice. Há uma semana e um mês, respectivamente, a previsão estava em 3,87% e 3,60%.   

    Além disso, analistas seguem preocupados com o avanço da pandemia no país. Vários estados voltaram a apertar as medidas de isolamento devido ao colapso do sistema de saúde.

    No mercado internacional, a sessão era marcada pela força da moeda norte-americana no exterior em meio à alta dos rendimentos dos Treasuries e as perspectivas de aceleração da inflação.

    Lá fora

    O índice Dow Jones avançou nesta segunda-feira, liderado por ações que devem se beneficiar mais de uma recuperação econômica, enquanto o projeto de lei de estímulo de US$ 1,9 trilhão aguarda votação final pelo Congresso nesta semana. Mas as ações de tecnologia voltaram a sofrer forte queda. 

    O Dow Jones subiu 0,97%, para 31.802 pontos, o S&P 500 perdeu 0,54%, para 3.821 pontos, e o Nasdaq caiu 2,41%, para 12.609 pontos.

    As ações de bancos e montadoras impulsionaram os mercados europeus nesta segunda-feira, à medida que os investidores continuavam a ingressar em setores ligados à economia na esperança de uma recuperação sólida após o abrandamento do coronavírus no continente.

    O índice STOXX 600 registrou alta de 2,22%, seu melhor desempenho em um dia desde o início de novembro. O setor bancário valorizou-se 3,73%, atingindo uma nova máxima recorde em um ano.

    As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira (8), à medida que preocupações sobre inflação predominaram sobre sinais de recuperação econômica nos EUA e China e o avanço na tramitação de um pacote fiscal trilionário no Congresso americano.

    O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,42% em Tóquio hoje, a 28.743,25 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,92% em Hong Kong, a 28.540,83 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1% em Seul, a 2.996,11 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,22% em Taiwan, a 15.820,11 pontos.

    Na China continental, as perdas foram mais expressivas: o Xangai Composto teve queda de 2,30%, a 3.421,41 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu um tombo de 3,24%, a 2.224,08 pontos.

    Pesaram nos negócios asiáticos desta segunda, temores de que a inflação se acelere e force bancos centrais a reverter medidas de estímulo monetário tomadas para combater os efeitos da pandemia de Covid-19.

    O receio de que a inflação ganhe força vem em meio à tendência de alta dos juros dos Treasuries, assim como dos preços do petróleo, e após os últimos números do mercado de trabalho dos EUA e da balança comercial chinesa.

    Em fevereiro, os EUA criaram 379 mil empregos, bem mais do que o previsto. Já as exportações da China deram um salto anual de 60,6% no primeiro bimestre, superando de longe a projeção de alta de 40%.

    Além disso, o governo dos EUA conseguiu aprovar sua proposta fiscal de US$ 1,9 trilhão no Senado americano no fim de semana. Ainda que positiva, a notícia ajuda a reforçar preocupações com a inflação.

    Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, mas reduziu a maior parte dos ganhos de mais cedo diante do mau humor na Ásia. O S&P/ASX 200 avançou 0,43% em Sydney, a 6.739,60 pontos, depois de chegar a subir 1,7% em seu melhor momento. 

    (*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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