Mercado opera com aprovação do texto da PEC dos Precatórios e bolsas no exterior em alta
Nesta quinta-feira (4), ocorre o leilão do 5G, que deve mexer com ações da Tim e da Vivo, além da América Móvil, listada na Nyse
O mercado financeiro inicia nesta quinta-feira (4) digerindo a PEC dos Precatórios e as bolsas no exterior em alta.
Os índices futuros nos Estados Unidos operam em alta, repercutindo a reunião do FOMC (Federal Open Market Committee) de ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central americano.
As decisões vieram dentro do esperado: o BC americano anunciou que vai começar a reduzir estímulos, o chamado tapering, em novembro, diminuindo compra de títulos de US$ 120 bilhões para US$ 105 bilhões.
Jerome Powell voltou a reforçar a tese de que a inflação é transitória e disse que a alta de juros está longe. Dow Jones, Nasdaq, e S&P 500 fizeram novas máximas.
O mercado fica de olho na reunião da OPEP+ hoje. Apesar dos dados de estoque de petróleo acima do esperado nos Estados Unidos e dos sinais de que o Irã pode voltar ao mercado com redução dos embargos, a commodity sobe com a expectativa de que os membros da OPEP não vão aumentar a oferta, apesar da pressão dos americanos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta seguindo mercado americano e com premiê chinês declarando que pode promover estímulos como corte de impostos diante da desaceleração chinesa.
Na Europa, os índices sobem com balanços positivos e decisão que acabou de sair do banco central inglês mantendo a taxa de juros inalterada.
Brasil
A Câmara dos Deputados aprovou a PEC dos Precatórios em primeiro turno, por 312 a 144 votos, uma margem de apenas quatro votos acima do necessário.
A PEC ainda precisa ser aprovada em segundo turno antes de seguir para o Senado. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disse que a votação pode ficar para terça que vem.
Para aprovar a PEC, Lira e a base aliada fizeram acordo com a oposição para parcelar em três vezes os precatórios do Fundef.
De certa forma, o avanço da PEC trouxe algum alívio. O temor do mercado era que, sem ela, o governo e o Congresso adotassem alternativas piores, como um decreto de calamidade pública, que abriria precedente para mais descontrole das contas.
Dados mais positivos do lado fiscal, como o superávit da balança comercial nos 10 meses 2021, que bateu recorde, ajudaram a trazer algum ânimo. Também ajudou a ata do Copom ontem, que mostrou um banco central mais duro em relação ao comunicado da semana passada.
Agenda do dia
Saíram hoje os dados da indústria, que caiu 0,4% em setembro, pouco abaixo da expectativa do mercado de queda de 0,3%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) destaca que em setembro a retração foi mais concentrada em poucas atividades, e que os alimentos puxaram o resultado para baixo, tanto pela produção de açúcar, com problemas climáticos, quanto por conta da carne, com a suspensão de exportação para China.
Tem ainda o leilão do 5G, que deve mexer com ações da Tim e da Vivo, além da América Móvil, listada na Nyse.