Ibovespa cai ao pior nível desde novembro de 2020; dólar fecha a R$ 5,62
Coletiva de Guedes e Bolsonaro ajudou a acalmar mercados nesta sexta-feira, mas não reverteu piora dos últimos dias
Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acalmou o mercado na tarde desta sexta-feira (22) ao dizer que nenhuma aventura será feita em relação ao Auxílio Brasil e rebater boatos de que Guedes deixaria o cargo.
O Ibovespa, que chegou a cair 4% mais cedo, amenizou as perdas e fechou o dia em queda de 1,34%, aos 106.296,18 pontos.
É a menor pontuação desde 20 de novembro do ano passado, quando o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 106.042 pontos. Na semana, a queda acumulada do Ibovespa é de 7,28%.
O dólar, que chegou a subir até os R$ 5,75, fechou em queda de 0,77%, cotado a R$ 5,624 na venda. Na semana, porém, a alta acumulada foi de 3,1%, a mais acentuada desde a semana terminada em 9 de julho deste ano (+4,01%)
A aparição pública de Guedes e Bolsonaro veio para acalmar os ânimos dos investidores, preocupados com a “debandada” no Ministério da Economia, anunciada na véspera.
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão, junto com a secretária especial adjunta do Tesouro , Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Os secretários resolveram deixar seus cargos depois da decisão do governo de romper o teto de gastos para acomodar o Auxílio Brasil.
A gota d´água teria sido o silêncio do ministério da Economia, Paulo Guedes, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometer um auxílio para caminhoneiros contra o aumento do diesel, e da mudança no teto de gastos.
As manobras para furar o teto vieram dentro da PEC dos Precatórios, aprovada ontem à noite pela comissão especial da Câmara.
A ideia original da PEC era jogar R$ 50 bilhões em precatórios para frente, mas o texto aprovado ontem garante um espaço ainda maior, de R$ 83 bilhões para bancar “pacote de bondades” que ajude a reeleição de Bolsonaro.
(Com informações de Priscila Yazbek e Reuters / Publicado por Ligia Tuon)