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    Ibovespa tomba 2,33% com medo de calote da chinesa Evergrande; dólar sobe

    Expectativa com reuniões do banco central americano, o Fed, e do brasileiro também impactaram a bolsa nesta segunda; já a moeda americana fechou em alta, a R$ 5,32

    Reuters

    Expectativa de aperto monetário no Brasil e nos Estados Unidos e de calote no mercado imobiliário chinês nesta semana empurrou o principal índice da bolsa paulista ladeira abaixo nesta segunda-feira (20), atingindo nova mínima em quase 10 meses.

    O temor de que um calote da segunda maior incorporadora da China enfraqueça mais a economia global já às voltas com a inflação e baixo crescimento fez investidores se desfazerem ainda mais de ativos de risco, levando o principal índice da bolsa brasileira nesta segunda-feira ao pior nível em quase 10 meses.

    Pressionado sobretudo por ações de empresas de commodities e de bancos, o Ibovespa teve baixa de 2,33%, aos 108.843 pontos, com a quinta queda seguida levando-o ao menor fechamento desde os 107.378 pontos de 23 de novembro do ano passado. O giro financeiro da sessão somou 34,9 bilhões de reais.

    Já o dólar à vista subiu 0,78%, a R$ 5,3287. A alta percentual é a mais forte desde o último dia 8 (+2,84%), e o nível de fechamento é o mais alto desde 23 de agosto (5,3823 reais).

    Efeito Evergrande

    O aparentemente inevitável calote no pagamento de juros de dívida por parte da gigante Evergrande nos próximos dias avivou temores de crise no setor imobiliário chinês, o que traria consequências de larga escala para as economias local e global.

    Um dos segmentos que na semana passada já vinha refletindo a dimensão do estrago potencial, o mercado de minério de ferro viu a cotação da commodity ter outra derrocada de 8%, acumulando uma baixa de 55% em apenas dois meses.

    Aqui, ações da Vale e de siderúrgicas estiveram entre as de maiores baixas. A queda do preço do petróleo também pressionou Petrobras.

    “O Brasil sofre muito, visto que duas das principais ações do Ibovespa são afetadas diretamente pelas commodities”, afirmou Filipe Fradinho, analista da Clear Corretora.

    Segundo profissionais do mercado, isso se aliou a outros fatores que já têm feito investidores preferirem evitar ativos de maior risco, como os sinais de maior aperto monetário para conter a inflação.

     

     

    Dois desses sinais devem vir na quarta-feira. Nos Estados Unidos, são aguardados sinais de um comitê do Federal Reserve de redução nas compras de títulos, programa que tem ajudado a dar liquidez ao mercado e ajudar na retomada da economia atingida pelos efeitos da pandemia da Covid-19.

    Em Wall Street, os principais índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq tiveram quedas de 1,8% a 2,2%.

    Também na quarta, espera-se que o Comitê de Política do Banco Central no Brasil eleve novamente a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano, além de indicar novos aumentos até o fim do ano para tentar conter a inflação.

    Destaques

    – VALE caiu 3,3%. Não bastasse a pressão exercida pela derrocada dos preços do minério de ferro, na última sexta-feira, o UBS cortou a recomendação para a ação da empresa de ‘compra’ para ‘venda’, estimando que um excedente de minério de ferro de cerca de 150 milhões de toneladas deve crescer em 2022.

    – PETROBRAS perdeu 1,12%, na esteira da queda dos preços internacionais do barril de petróleo. PETRORIO retrocedeu 5,68%.

    – BRASKEM teve a pior performance do índice, desabando 11,54%, em meio à notícia da mídia de que a Novonor (ex-Odebrecht) pretende vender fatia da empresa por meio de oferta de ações.

    – BRADESCO recuou 3,75%, liderando as perdas entre grandes bancos brasileiros. ITAÚ UNIBANCO cedeu 2,26%. BANCO INTER PN declinou 5,23%, com investidores preferindo vender ações com grande valorização nos últimos meses para embolsar ganhos.

    – COPEL subiu 4,68%, uma das poucas altas do índice. A companhia elétrica paranaense informou na sexta-feira que vai distribuir 1,437 bilhão de reais em remuneração a acionistas, a serem pagos em 30 de novembro.

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