Ibovespa fecha em baixa em dia de Fed e Copom; dólar recua a R$ 5,06
Sessão foi marcada pelas eleições à presidência das casas legislativas no Brasil e pela super quarta, com decisão de taxa de juros aqui e nos Estados Unidos
O Ibovespa fechou em baixa de 1,2% nesta quarta-feira (1º), aos 112.073,55 pontos, sem sessão marcada pelas eleições à presidência das casas legislativas no Brasil e pela super quarta, com decisão de taxa de juros aqui e nos Estados Unidos.
Na sessão, as blue chips estiveram entre as maiores pressões de baixa, como a Vale (-1,11%) , enquanto nos Estado Unidos o banco central reduziu o ritmo do aperto monetário, mas prometeu “aumentos contínuos” na taxa de juros.
O dólar fechou em baixa de 0,25%, cotado a R$ 5,063, em seu patamar mais baixo desde 4 de novembro de 2022, com ativos de risco do mundo inteiro reagindo positivamente à decisão de política monetária do Federal Reserve, que veio em linha com o esperado, e ao discurso relativamente brando do chefe do banco central norte-americano, Jerome Powell.
O índice tinha grande parte de suas ações operando no vermelho. As ações da Ambev estavam entre as maiores quedas, encerrando a -3,51%. A empresa tem o mesmo trio de acionistas da Americanas, que passa por uma crise após divulgar inconsistências contábeis em balanço: Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, da 3G Capital.
“Isso naturalmente nos favorece”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, embora não tenha descartado volatilidade e alternância de sinal nas negociações desta quarta-feira, principalmente depois que o banco central dos Estados Unidos começar a se pronunciar sobre a reunião de política monetária.
Segundo operadores, a divulgação de dados de emprego norte-americanos nesta manhã, incluindo o relatório de criação de vagas no setor privado da ADP, também pode trazer instabilidade ao pregão.
No Brasil, o Banco Central deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano ao fim de seu encontro de política monetária, após o fechamento dos mercados, com investidores atentos ao tom do comunicado da autarquia.
“Não apenas as efetivas decisões, mas as atas depois divulgadas, terão impacto forte sobre as perspectivas no diferencial de juros (entre Brasil e Estados Unidos), e, por consequência, no fluxo e na precificação de nossos ativos”, avaliou Bergallo.
Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável. Desta forma, a manutenção da Selic no nível elevado atual e um arrefecimento do aperto monetário do Fed tendem a jogar a favor da divisa brasileira.
Foi justamente esse diferencial de juros um dos fatores que levou o dólar a cair 3,82% frente ao real no acumulado de janeiro, após dois meses seguidos de alta, embora investidores também citem a reabertura da China e acenos da equipe econômica do governo à responsabilidade fiscal como um suporte adicional para o real.
“Vivemos um bom momento para nossos ativos. Eu vejo um dólar abaixo de 5,00 reais em breve, em condições normais de temperatura e pressão”, disse Bergallo, da FB.