Locaweb, Gerdau: 10 ações recomendadas por corretoras para investir em março
A carteira do CNN Brasil Business teve 4 mudanças em março. Saíram Renner, Magalu, Via Varejo e Petrobras para a entrada de BTG, Gerdau, Americanas e Locaweb
O último dia de fevereiro parecia tranquilo para o Ibovespa durante a sua abertura, após dias turbulentos por causa das interferências na Petrobras, uma das gigantes do indíce brasileiro. Mas, o que começou em alta, logo se reverteu para uma queda, com variação de -0,45% em relação ao dia anterior.
No último pregão deste mês, a Bolsa brasileira fechou em queda de 4,21%, a 110.217 pontos. A Petrobras (PETR3) foi a que mais desvalorizou no mês, com queda de 17,56%.
Entre as maiores quedas do mês, estão a Cemig (-13,26%), a Cogna Educação (-13,15%), a SulAmérica (-12,92%) e a IRB Brasil Resseguros (-12,14%).
O investidor que apostou na Embraer, na Braskem e na PetroRio acabou fechando o mês no azul. As três empresas dispararam 41,69%, 32,07% e 16,64%, respectivamente.
A carteira
A carteira do CNN Business Brasil teve quatro mudanças em março. Saíram Lojas Renner, Magazine Luiza, Via Varejo e Petrobras para a entrada de BTG Pactual, Gerdau, Lojas Americanas e Locaweb.
Entre as dez ações mais recomendadas, estão empresas ligadas a commodities (Gerdau e Vale), varejo (Lojas Americanas), bancos e instituições financeiras (BTG, B3 e Itaú), energia (Eneva) e tecnologia (Locaweb e Totvs), mostrando uma carteira levemente mais variada do que a recomendada para fevereiro.
Para chegar a essa lista, recebemos recomendações de ações e avaliação dos setores em que os investidores devem ficar de olho. Neste mês, as corretoras que participaram do levantamento foram Santander, Toro Investimentos, Guide, Genial Investimentos, Órama, Easynvest e XP Investimentos.
Cada uma delas sugeriu 10 papéis, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia. As ações que receberam duas recomendações ou mais entraram para a carteira ou se mantiveram na lista.
As ações da companhia de alimentos Minerva também foram recomendadas duas vezes, mas ficaram de fora graças a dois critérios de desempate: não estava presente na lista anterior e apresentou resultados inferiores aos da Locaweb e das Lojas Americanas.
Vale
Ação: VALE3
Comentário: José Falcão C. Castro, analista de investimentos da Easynvest
Apesar do recuo de curto prazo, após a impressionante marca de R$ 103,35 no dia 8 de janeiro, a Vale
continua forte e vem se destacando operacionalmente beneficiada pelo bom momento do setor de mineração e siderurgia com forte demanda pela China e consequente alta no preço do minério de ferro no mercado internacional.
O fato é que o preço da commodity neste nível, cria-se um enorme potencial de geração de caixa para a companhia em 2021, somada a expectativa de retorno de pagamento dos dividendos aos acionistas.
BTG Pactual
Ação: BPAC11
Comentário: Henrique Augusto Esteter, analista da Guide Investimentos
O BTG Pactual segue apresentando bons resultados, mesmo em meio a um cenário de impactos econômicos da Covid-19 em 2021. O banco reforçou o seu balanço no início da crise, realizou um novo follow-on em 2021, apresentando níveis confortáveis de liquidez, com espaço para crescimento inorgânico.
No segmento de crédito, a carteira do segmento corporate mantém a boa performance, com risco de crédito reduzido e melhora nos spreads bancários.
O cenário de juros em patamares mais baixos também beneficia as outras operações do banco, com crescimento nas captações no segmento de Wealth e Asset Management, impulsionados, principalmente, pela nova plataforma digital do banco e pelo varejo alta renda.
Aliado a isto, a expansão do banco para o segmento digital deve continuar a gerar maior alavancagem operacional, com a expansão do portfólio de produtos, atingindo setores ainda pouco explorados.
Para o ano de 2021, ainda esperamos recuperação nas ofertas públicas, impulsionando o resultado do segmento de Investment Banking. Ainda, o segmento de Sales & Trading deve permanecer com bons números, dada a volatilidade do mercado.
B3
Ação: B3SA3
Comentário: Equipe de análise da Órama
A B3 atua em um segmento de grande relevância e com barreiras de entrada que tornam a entrada de concorrentes bastante complicada.
Operar um setor como este requer, além de mão de obra, um robusto sistema tecnológico, e esses fatores acabam tornando mais difícil a chegada de concorrentes.
A falta de concorrentes ainda traz um benefício importante para a B3, que é o fato de a empresa ganhar em todos os cenários, uma vez que a volatilidade do mercado acaba aumentando os volumes negociados e, consequentemente, gerando mais receita para a empresa.
Continuamos enxergando crescimento no número de CPFs na bolsa, uma vez que entendemos que esse é um movimento estrutural para a população brasileira.
Esse movimento, assim como o aumento na volatilidade dos mercados, também acaba gerando aumento de volumes operados e maior receita.
Eneva
Ação: ENEV3
Comentário: Henrique Augusto Esteter, analista da Guide Investimentos
A principal fonte de energia elétrica no Brasil são as usinas hidrelétricas, é uma fonte mais barata e renovável, porém não é inesgotável e, em épocas secas, pode levar ao racionamento.
Em mais de uma década, o setor vem passando por crises e desafios no país, pois o crescimento da economia não está sendo acompanhado pela infraestrutura elétrica que possuímos.
Para crescer, o Brasil precisa investir e diversificar a sua matriz energética, e a Eneva é uma das empresas mais bem posicionadas para isso, foi pioneira no modelo de negócios com integração total desde a exploração de gás natural até a comercialização da energia gerada.
A atuação em toda a cadeia de valor confere à companhia uma plataforma de crescimento para capturar uma ampla variedade de oportunidades em áreas estratégicas no setor de energia.
Totvs
Ação: TOTS3
Comentário: Equipe de análise da Toro Investimentos
Líder no mercado de sistemas de gestão empresarial, a Totvs possui atuação diversificada em vários segmentos econômicos.
A atual estratégia de expansão adotada permite que a companhia apresente um intenso potencial de crescimento, favorecendo sua presença em novos mercados.
Apesar dos efeitos gerados pela pandemia de Covid-19, a empresa registrou fortes resultados no 4T20, apresentando expansão de 35,7% no lucro caixa frente ao 4T19. Dessa forma, recomendamos a compra do ativo TOTS3 para o mês.
Gerdau
Ação: GGBR4
Comentário: Equipe de análise da Toro Investimentos
As commodities foram o grande destaque no final do mês de fevereiro. Matérias-primas como minério de ferro e aço apresentaram uma evolução em seus preços, amparados pela melhora no consumo e crescimento da expectativa de gigantes como a China.
Com isso, algumas empresas como a Gerdau (GOAU4) sentiram o reflexo desse aumento de preço em suas ações.
Além disso, os resultados bilionários do último trimestre de 2020 da companhia e a sua recente revisão do seu plano de investimento para 2021 reforçam ainda mais a tese de compra do papel.
Klabin
Ação: KLBN11
Comentário: Henrique Augusto Esteter, analista da Guide Investimentos
No cenário atual, a empresa tem se beneficiado em todos os seus segmentos: embalagem para alimentos e bebidas, tissue (papel higiênico e lenços de papel) e caixas de papelão para transporte dos produtos no e-commerce.
Os volumes crescentes nas vendas, tanto de papel quanto de celulose, demonstram este cenário positivo. Ainda, a companhia segue anunciando elevação nos preços da celulose para os mercados asiáticos, em linha com a melhora do setor.
Gostamos do modelo de negócio da companhia, que é integrado, flexível e diversificado, gerando uma grande vantagem competitiva.
Além disso, cerca de 50% das vendas da companhia são voltadas ao mercado externo, enquanto apenas 7% de seus custos são em dólar, gerando ganhos significativos no cenário atual (dólar em patamar elevado).
Por fim, a Klabin adquiriu recentemente o negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper, o que reforça o compromisso da companhia com o setor de embalagens e também com a geração de valor para seus acionistas.
O outro foco para o ano de 2021 é o projeto Puma II, que tornará a Klabin a terceira maior vendedora de Kraftliner no mundo.
Itaú
Ação: ITUB4
Comentário: José Falcão C. Castro, analista de investimentos da Easynvest
Após se destacar em novembro e dezembro, com 21,64% e 10,71% de valorização respectivamente, recuperando parte do atraso em relação ao Ibovespa, ITUB4 passou por uma correção mais acentuada em janeiro e fevereiro.
Porém, há uma estimativa, que é consenso no mercado e nós concordamos, de que os quatro maiores bancos brasileiros poderão ter uma alta combinada de 25% no lucro líquido em 2021, considerando uma queda de 20% nas provisões para devedores duvidosos.
Isso já foi observado nos últimos trimestres de 2020 com resultados impulsionados pela redução das provisões e que deve continuar nos próximos trimestres.
O Itaú, banco que foi o mais conservador e fez mais provisões em 2020, deve apresentar uma boa recuperação neste ano.
Lojas Americanas
Ação: LAME4
Comentário: Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt, da XP
A eventual combinação de negócios entre a Lojas Americanas e a B2W reforçará nosso argumento de que o Universo Americanas é uma companhia perfeitamente comparável aos pares de e-commerce que negociam na bolsa, como Magalu e Via Varejo, tanto em relação à composição do seu GMV [volume bruto de mercadorias, na sigla em inglês] total como também em relação a crescimento
Locaweb
Ação: LWSA3
Comentário: João Freitas, analista da Toro Investimentos
Locaweb se mostrou resiliente e soube aproveitar o momento de crise, que não só não afetou a empresa como ajudou a expandir seus negócios.
Também realizou uma série de aquisições importantes que foram completando o portfólio da empresa.