Juros DIs voltam a subir com fiscal após ajuste em baixa na abertura
Crescimento do volume de serviços prestados no país, acima da mediana das estimativas do mercado, ajuda na alta
Os juros futuros abriram nesta sexta-feira (11) com viés de baixa, num ajuste alinhado às correções vistas no Ibovespa futuro e do dólar no dia seguinte a fortes perdas dos ativos domésticos com a piora de percepção do risco fiscal.
O movimento, porém, foi momentâneo, e as taxas voltaram a subir, batendo máximas, à medida que os investidores continuam a reavaliar o cenário fiscal. O crescimento do volume de serviços prestados no país, acima da mediana das estimativas do mercado, ajuda na alta.
Às 9h33, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 apontava taxa de 13,96%, de 13,63% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 estava em 13,37%, de 13,05%, e o para janeiro de 2027, em 13,37%, de 12,97%.
As atenções estão voltadas para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que ontem ainda estava sendo formulada, mas pode ser divulgada hoje ao relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI). O emedebista reforçou que a equipe da transição trabalha com a ideia de retirar todo o Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente, “para sempre”.
Com isso, o novo governo ganha tempo para discutir “com calma” mudanças nas regras fiscais, como uma nova âncora que não o teto de gastos. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), reforçou em suas redes sociais que o preceito da responsabilidade fiscal será garantido no próximo governo.
Mas a demora para a nomeação do ministro da Fazenda aliada a ruídos também podem manter o estresse nas mesas de operação. A indicação do ex-ministro Guido Mantega para integrar a equipe de transição e a disposição do presidente eleito em acomodar nomes conhecidos por politicas não tão ortodoxas segue deixando os investidores bastante receosos, segundo operadores do mercado. Ontem à noite, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “nunca viu o mercado tão sensível” e que o “mercado fica nervoso à toa”.
Nesse contexto, os investidores acompanham as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante palestra no evento virtual “O Cenário Econômico e a Agenda BC#”.
Enquanto isso, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen e de Assuntos Internacionais, Fernanda Guardado, fazem a terceira reunião trimestral com economistas.