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    Itaúsa reporta lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões no 4º tri de 2022

    Lucro do trimestre ficou 18,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2021

    Matheus Piovesana, do Estadão Conteúdo

    A holding de investimentos Itaúsa encerrou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 3,360 bilhões, 18,7% abaixo do mesmo período de 2021, de acordo com balanço divulgado na última segunda-feira (20).

    Os números do trimestre foram afetados pelos resultados de empresas investidas não financeiras, com queda de 82% em relação ao quarto trimestre de 2021, para R$ 156 milhões. Em empresas financeiras, houve alta de 4% na mesma base comparativa, para R$ 2,841 bilhões.

    A maior parte do resultado, R$ 2,784 bilhões, veio do Itaú Unibanco, que é o principal investimento da Itaúsa. A segunda maior contribuição, de R$ 78 milhões, foi da Copa Energia.

    No quarto trimestre, as despesas administrativas somaram R$ 46 milhões, alta de 19% em um ano, e as despesas tributárias foram de R$ 192 milhões, crescimento de 32% no comparativo com o mesmo período do ano passado. A despesa financeira subiu 101%, para R$ 202 milhões.

    No ano de 2022, o lucro da Itaúsa foi de R$ 13,722 bilhões, 14% maior que em 2021 e o maior da série histórica. A companhia destaca que os resultados do Itaú e da NTS, principalmente, contribuíram para a expansão de seus ganhos.

    Ao longo do ano, a holding fez mudanças na composição do portfólio. Entrou no capital da CCR, com participação de 10,33%, e reduziu sua participação na XP para 6,6%, por exemplo.

    “Nossos resultados de 2022 refletem a solidez do nosso portfólio, mesmo diante de um ano desafiador para a economia do Brasil e do mundo. Esses números reforçam nossa estratégia de investir com responsabilidade em negócios sólidos, com marcas fortes e setores relevantes, que impactam positivamente o desenvolvimento do País”, disse em nota o presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal.

    Patrimônio e endividamento

    Os ativos totais da Itaúsa somavam R$ 83,254 bilhões, alta de 11,6% em relação ao mesmo intervalo de 2021. Já o valor de mercado das participações da empresa era de R$ 102,235 bilhões, avanço de 1,8% na mesma base comparativa.

    Ao mesmo tempo, o valor de mercado da holding era de R$ 82,559 bilhões no final de 2022. Isso implica em um desconto de holding de 19,2%, segundo a empresa. No final de 2021, a diferença era de 21,5%. “Considerando os fundamentos que o justificam, a Administração da Itaúsa acredita que o atual patamar de desconto ainda está acima do que considera adequado para o indicador”, afirma a empresa, em informe de resultados.

    O patrimônio líquido da Itaúsa era de R$ 72,797 bilhões em dezembro, alta de 10,5% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) médio no quarto trimestre foi de 18,5%, 7,1 pontos porcentuais menor que o de 12 meses antes. Pelo critério recorrente, era de 18,7%, queda de 7,3 pontos. No ano, aumentou 0,2 ponto, para 20%.

    Em dezembro de 2022, o endividamento líquido da Itaúsa somava R$ 3,805 bilhões, praticamente estável (+0,3%) no espaço de um ano. O prazo médio da dívida da companhia era de 4 anos e 7 meses, com custo médio de CDI + 1,61% ao ano.

    A Itaúsa destaca que as ações da XP, que não são vistas como um investimento estratégico, são uma fonte importante de liquidez. Se o valor dos papéis fosse considerado caixa, a companhia teria dívida líquida de R$ 229 milhões no final de 2022.

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