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    Ibovespa fecha em alta de 1,59%, aos 114 mil pontos; dólar avança 0,12%

    Principal índice da B3 apresentou terceira alta consecutiva na semana

    Reuters

    O dólar fechou em leve alta contra o real nesta quinta-feira (23), com notícias fiscais domésticas pesando sobre o sentimento e retirando a moeda da queda de quase 0,9% de mais cedo, quando reagiu ao ambiente externo mais positivo e a sinalizações do Banco Central.

    No encerramento da sessão, a moeda norte-americana subiu 0,12%, a R$ 5,3094.

    Na máxima, alcançada na última hora de negócios, a cotação foi a R 5,3123 (+0,17%). Na mínima, tocada logo no início da sessão, houve queda de 0,88%, a R$ 5,2566. Na véspera, o dólar à vista subiu 0,34%, a R$ 5,3033 na venda.

    No exterior, o índice do dólar teve queda de 0,43%, maior queda em um mês, conforme investidores deixavam a moeda de lado na esteira de um forte movimento de apetite por risco que provocou um rali nos mercados de ações, de petróleo e nos rendimentos de títulos.

    Já o principal índice da B3 teve a terceira alta seguida na semana, com investidores remontando apostas após eventos de política monetária de Estados Unidos e Brasil, enquanto a China parece ter evitado um crise do setor imobiliário.

    Apoiado pela recuperação dos setores siderúrgico e bancário e por uma disparada dos papéis de Embraer e Ultrapar, o Ibovespa subiu 1,59%, aos 114.064,36 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 29,3 bilhões.

    Por aqui, investidores ainda repercutiram o aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual na véspera, ao patamar de 6,25% ao ano.

    Em comunicado, a autarquia indicou que deve adotar outro ajuste de igual magnitude na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em outubro, e frisou que sua intenção é avançar com os juros a patamar que atue no sentido de esfriar a economia de forma a conter a inflação.

    O UBS disse em relatório divulgado na véspera que a decisão da última reunião do Copom não trouxe grandes surpresas para os mercados, mas notou que possível deterioração das expectativas de inflação poderia levar os mercados a precificarem mais aumentos de juros pelo BC no início de 2022.

    “O real deve se beneficiar de seu melhor perfil de carrego contra a maioria de seus pares emergentes, e os riscos são de que os mercados precifiquem um BC mais ‘hawkish’ (duro com a inflação) daqui em diante”, disse o banco suíço em relatório assinado pelos economistas Alexandre de Azara e Fabio Ramos e pelo estrategista Roque Montero.

    No entanto, com a impressão de boa parte dos mercados de que o Banco Central fechou a porta para ajustes mais acentuados na Selic, de 1,25 ou até 1,5 ponto percentual, desvalorizações mais intensas da divisa norte-americana são contidas, principalmente com a expectativa de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba com força em setembro, disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

    A previsão de maior pressão nos preços ao consumidor reflete a bandeira tarifária “escassez hídrica” sobre os preços de energia, disse ele.

    Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autarquia levará a Selic para onde for necessário, mas não vai alterar seu plano de voo a cada número inflacionário de alta frequência que sair.

    Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Federal Reserve sinalizou na quarta-feira que provavelmente começará a reduzir suas compras mensais de títulos já em novembro, indicando ainda que altas dos juros podem se seguir mais rapidamente que o esperado.

    Embora reduções de estímulo tendam a beneficiar a divisa norte-americana com a perspectiva de retorno de recursos para os EUA, o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes caía 0,37% nesta manhã.

    Isso porque o chair do Fed, Jerome Powell “conseguiu vender isso da forma mais ‘dovish’ (inclinada a manutenção de condições frouxas) possível, afirmando que o ‘tapering’ (redução de estímulos) não é motivo para se preocupar”, explicou Cruz.

    Além disso, explicou o estrategista, muitos participantes do mercado já precificavam que o Fed anunciaria corte em suas compras de títulos em novembro ou dezembro.

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