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    Fundos de investimentos têm R$ 61,7 bilhões em resgates em julho, diz Anbima

    Essa é a segunda vez no ano que as saídas superaram os aportes no mês

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business , em São Paulo

    Os fundos de investimento registraram resgates líquidos de R$ 61,7 bilhões em julho, segundo dados do Boletim de Fundos de Investimento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

    Essa é a segunda vez no ano que as saídas superaram os aportes no mês —a primeira foi em maio, com retiradas líquidas de R$ 53,5 bilhões.

    Segundo a Anbima, o resultado foi puxado pelos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), pelos fundos de renda fixa, pelos multimercados e pelas ações.

    Os FIDCs tiveram resgastes líquidos de R$ 23,86 bilhões, no entanto, cerca de R$ 25,2 bilhões foi resgatado por um único fundo da classe, “indicando que esse movimento não representa uma tendência de mercado”, diz a Anbima. Em 2022, esses modelos de fundos registram captação líquida de R$ 8,6 bilhões.

    Já os fundos de renda fixa registraram saldo negativo de R$ 17,6 bilhões em julho, decorrência dos R$ 17,8 bilhões resgatados também por um fundo.

    “Com a sinalização de permanência dos juros em níveis elevados, os fundos de renda fixa se mantêm atrativos aos investidores por conciliar retornos mais altos e uma estratégia mais conservadora, o que explica o maior saldo entre todas as classes da indústria em 2022 (R$ 83,6 bilhões)”, destacou a associação.

    Por sua vez, as classes dos multimercados e das ações, carteiras que apresentam maior volatilidade, tiveram captação líquida negativa de R$ 21,6 bilhões no mês. O resgate dos fundos multimercados foi de R$ 13,3 bilhões, superior aos R$ 8,3 bilhões dos fundos de ações.

    Essa mesma dinâmica ocorre com o saldo de janeiro a julho, informou a associação. Os multimercados têm R$ 73,3 bilhões em saída líquida e as ações contam com resgates líquidos de R$ 52,4 bilhões.

    Segundo a Anbima, apenas uma operação de follow-on, da Eletrobras, representou 38,2% do volume de emissões domésticas no mercado de capitais encerradas em julho, somando R$ 30,9 bilhões – o total inclui a distribuição primária (R$ 27,9 bilhões) e a secundária de ações (R$ 2,9 bilhões).

    “A incerteza em relação ao cenário externo e as dúvidas do desempenho da economia em ano de ciclo eleitoral contribuem, em alguma medida, para uma maior aversão ao risco dos investidores”, informou a associação.

    Pedro Rudge, vice-presidente da associação, disse que “apesar dos movimentos concentrados do mercado em julho, é possível perceber uma busca dos investidores por outros produtos de renda fixa além dos fundos e a continuidade dos resgates nas classes mais arrojadas, como é o caso dos multimercados e fundos de ações. Essa situação deve permanecer por mais um tempo por conta da nova alta da Selic nesta semana”.

    Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros em 3 de agosto, em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano.

    Rentabilidade

    Apesar da maior atratividade da renda fixa por conta da taxa de juros, o tipo da categoria que teve maior rentabilidade em julho foi o investimento no exterior, com 1,92%.

    Quando a comparação é feita ao longo de 2022, os investimentos que tem, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos e ativos de baixo risco, apresentaram melhor retorno, de 8,6%.

    Entre os multimercados, o destaque mensal ficou com o tipo long and short neutro com retorno de 2,82% em julho e 11,82% no ano. Esse tipo de fundo faz operação via ativos ligados ao mercado de renda variável.

    Já na classe de ações, todas fecharam o mês positivo, com destaque para as setoriais (investem em empresas do mesmo setor) com retorno de 10,53% no mês.

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