Focus: mercado projeta tombo menor do PIB, indicando melhora das expectativas
A estimativa de analistas consultados pelo Banco Central passou de uma contração de 5,11% na semana passada para 5,05% nesta semana
A projeção do mercado financeiro para o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 melhorou de contração de 5,11% para um recuo de 5,05%. Essa é a segunda melhora consecutiva, indicando uma retomada do movimento de melhora das expectativas.
Os números são do relatório semanal Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central. O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. No fim de junho, a expectativa o mercado para a contração do PIB alcançou o pior pico, prevendo queda de 6,54%.
A previsão de recessão econômica este ano reflete os impactos da pandemia da Covid-19, na economia nacional e mundial, que também caminha para uma retração.
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Com a melhora nas previsões, reflexo de resultados positivos em alguns indicadores macroeconômicos recentes, a projeção do mercado se aproxima da estimativa oficial da equipe econômica, que na semana passada, optou por manter sua previsão oficial em queda de 4,7%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, já disse acreditar que a contração da atividade econômica será abaixo do patamar dos 4%.
No entanto, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda projetam que a economia brasileira despenque 8% e 9,1%, respectivamente. Por outro lado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou, na semana passada, a previsão de recessão da economia brasileira para 6,5%, ante 7,4% previsto anteriormente.
Inflação
As expectativas para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foram revistas, passando de 1,94% para 1,99%.
Mesmo com a alta, a previsão para a inflação do país segue abaixo do centro da meta de 2020, de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,5% a 5,5%.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano.