EUA interrompem pagamentos de títulos russos para aumentar pressão sobre Moscou
Segundo porta-voz do Tesouro norte-americano, Rússia deve escolher entre drenar valiosas reservas de dólares restantes, também usadas para apoiar a guerra, ou dar um calote
Os Estados Unidos impediram o governo russo na última segunda-feira (4) de pagar aos detentores de sua dívida soberana mais de US$ 600 milhões em reservas mantidas em bancos norte-americanos.
Medida visa aumentar a pressão sobre Moscou e corroer suas participações em dólares.
Sob sanções postas em prática depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, as reservas em moeda estrangeira mantidas pelo banco central russo em instituições financeiras dos EUA foram congeladas.
Mas o Departamento do Tesouro estava permitindo que o governo russo usasse esses fundos para fazer pagamentos de cupons de sua dívida soberana denominada em dólares, numa base caso a caso.
Na segunda-feira, quando vencia o maior dos pagamentos, incluindo US$ 552,4 milhões referentes ao vencimento de um título, o governo dos EUA decidiu cortar o acesso de Moscou aos fundos congelados, segundo um porta-voz do Tesouro norte-americano.
Um pagamento de cupom de US$ 84 milhões também vencia na segunda-feira, referente a um título soberano denominado em dólares de 2042.
A medida visa forçar Moscou a tomar a difícil decisão entre usar os dólares aos quais tem acesso para pagamentos de sua dívida ou para outros fins, incluindo apoiar seu esforço de guerra, disse o porta-voz.
“A Rússia deve escolher entre drenar as valiosas reservas de dólares restantes e as novas receitas que chegam ou um calote”, disse o porta-voz.