Estoque total de crédito do país cresce 1,6% em junho e chega a R$ 4,9 trilhões
Valor equivale a 53,9% do PIB; taxa média de juros chegou a 28,1%
O estoque total de crédito no país subiu 1,6% em junho, totalizando R$ 4,956 trilhões. O valor equivale a 53,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, o saldo foi de R$ 4,876 trilhões.
Os números são da Nota Monetária de Crédito, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (29). Os dados de junho seriam divulgados originalmente no fim do mês seguinte, mas as divulgações seguem atrasadas, mesmo quase dois meses do fim da greve de servidores do Banco Central.
O documento mostra que a taxa média de juros ficou em 28,1% ao ano em junho, primeira alta após um mês de estabilidade. Em junho de 2021, estava em 20%.
Quando considerado apenas o crédito livre —em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores—, os juros subiram 1 ponto no mês, para 39%. Nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve recuo de 0,1 ponto, a 10,7%.
Após queda no mês de maio, o número de concessões de crédito passou a R$ 24 bilhões em junho, uma alta de 4,9% na comparação com o mês anterior.
A inadimplência no segmento de recursos livres —que considera os atrasos superiores a 90 dias—, ficou estável em 3,6% em junho em relação a maio. O indicador começou o ano em 3,3%, subiu a 3,5% em abril e a 3,6% em maio.
O spread bancário no mesmo segmento subiu a 26,5 pontos percentuais, sobre 25,9 pontos no mês anterior.
A instituição também divulgou hoje com atraso os dados de maio, quando o estoque total de crédito cresceu 1,1% em relação a abril, em patamar equivalente a 53,7% do PIB.
Juro do rotativo do cartão sobe em junho
O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 1,6 ponto porcentual de maio para junho, de 368,8% para 370,4% ao ano. O movimento reflete o ciclo de alta da Selic.
Já o juro do parcelamento no cartão subiu de 172,7% para 173,2% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa foi de 76,6% para 78,7%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.
A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo