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    Endividamento das famílias bate novo recorde em meio à pandemia 

    Levantamento da CNC mostra que 10,9% dos brasileiros não têm condição de pagar suas dívidas 

    Lucas Janone, da CNN, no Rio de Janeiro 

     

    A crise econômica trazida pela pandemia do novo coronavírus fez o endividamento bater um novo recorde no Brasil. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que 71% das famílias brasileiras estão endividadas atualmente. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5) e são referentes a julho.   

    O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou pelo terceiro mês consecutivo, segundo a CNC. O levantamento ressalta ainda que entre os endividados, 10,9% relatam que estão “muito endividados” e, portanto, não terão condição de pagar a dívida. Já 25% das famílias dizem que se encontram “mais ou menos endividadas”, enquanto 31% afirmam estar com poucas dívidas.  

     

    A economista da CNC, Izis Ferreira, explicou à CNN que o endividamento recorde está acontecendo por dois principais motivos: “A renda dos brasileiros está afetada e o mercado de trabalho está fragilizado por conta da pandemia de Covid-19, tanto as atividades formais como as informais.  Além disso, temos os motivos econômicos externos, como a diminuição do valor pago pelo auxílio emergencial e o aumento da inflação no país. Tudo isso junto faz com que as pessoas cheguem ao fim do mês sem dinheiro”, destacou. 

    A pesquisa da CNC leva em consideração as seguintes linhas de crédito: cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. 

    De acordo com o levantamento, o endividamento atinge as classes sociais de forma diferente. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos, o percentual de pessoas com dívidas saltou de 70,7% para 72,6% em julho, quando comparado com o mês anterior, renovando a máxima histórica registrada pela confederação. Em julho de 2020, 69% das famílias nessa faixa de renda estavam endividadas.  

    Para as famílias com renda acima de dez salários-mínimos, a pesquisa mostra também que a proporção do endividamento alcançou o recorde, com incremento de 65,5% para 66,3% em julho. O endividamento para esse grupo vem alcançando níveis recordes mensalmente, desde fevereiro deste ano.

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