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    Dow Jones tem 10ª semana de queda; S&P 500 e Nasdaq ficam na 9ª semana de perdas

    Índices despencaram nesta sexta-feira (10) após dados sobre inflação dos Estados Unidos

    Nicole Goodkinddo CNN Business

    Essa foi mais uma semana de perdas para os mercados dos EUA após quedas acentuadas nesta sexta-feira (10).

    O Dow Jones despencou depois que um importante relatório de inflação falhou nas estimativas e mostrou um aumento acima do esperado no preço dos bens de consumo, fechando aos 880 pontos no dia, ou queda de 2,5%. O S&P 500, por sua vez, caiu 2,7% e o Nasdaq recuou cerca de 3%.

    O índice de preços ao consumidor de maio subiu 8,6% em relação ao ano anterior, seu maior nível desde 1981. Os economistas previam um aumento de 8,3%. O núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e energia, subiu 6%, ligeiramente acima das estimativas de 5,9%.

    Esses números deixaram os investidores cambaleando. Já preocupados com uma possível desaceleração econômica, eles agora temem que o Federal Reserve reconheça a inflação como enraizada na economia e aumente ainda mais as taxas de juros.

    Espera-se que o banco central anuncie um aumento de 0,5% na taxa de juros na próxima semana, mas com base nessas notícias pode decidir subir mais.

    “Achamos que o banco central dos EUA agora tem boas razões para surpreender os mercados ao subir mais agressivamente do que o esperado em junho”, escreveram analistas do Barclays em nota de pesquisa na sexta-feira. “Percebemos que é uma decisão próxima e que pode ocorrer em junho ou julho. Mas estamos mudando nossa previsão para um aumento de 75 [pontos base] em 15 de junho.”

    O movimento seria histórico – a última vez que o Fed fez um aumento de 75 pontos base foi em novembro de 1994, quase três décadas atrás.

    Os analistas pareciam estar precificando o aumento da taxa de juros ao longo da sessão desta sexta-feira. Enquanto muitos analistas temiam que o Federal Reserve estivesse fazendo políticas tarde demais para conter o aumento das taxas de inflação, eles também digeriam que grandes aumentos repentinos nas taxas de juros poderiam causar danos à economia.

    “O maior risco para o consumo, o emprego e a economia em geral não é uma desaceleração do crescimento orgânico, mas até que ponto os aumentos extremos dos preços da energia e dos alimentos podem fazer com que os bancos centrais pressionem ‘a corda’, e [a economia pode] essencialmente cair em um erro prejudicial”, escreveu Rick Rieder, diretor de investimentos da Global Fixed Income da BlackRock em uma nota.

    A liquidação na sexta-feira foi ampla, com as ações no vermelho na Bolsa de Valores de Nova York.

    Inflação

    A Casa Branca admitiu que o número de inflação de sexta-feira foi “desconfortavelmente alto”, alimentando ainda mais os temores dos investidores quanto à ação política.

    Os formuladores de políticas do Federal Reserve historicamente se concentraram nas despesas de consumo pessoal e não no IPC como sua medida de inflação preferida. Mas o núcleo do PCE também aumentou 0,34% em abril, elevando o valor ano a ano da medida para 4,9%. Esse número caiu um pouco de 5,2% em março, mas ainda é elevado.

    “A probabilidade de uma recessão no próximo ano está aumentando”, disse Sung Won Sohn. professor de finanças e economia na Loyola Marymount University e economista-chefe da SS Economics. “A inflação está corroendo o poder de compra dos consumidores.”

    Os gastos do consumidor representam cerca de 70% da economia dos EUA, e uma diminuição real desses gastos seria um grande golpe para o produto interno bruto. “O [Federal Reserve] agora reconhece que está muito atrás da curva de inflação e deve agir de forma mais decisiva”, disse Sohn.

    O Dow teve sua 10ª semana de queda em 11 e o S&P 500 e o Nasdaq sua nona semana de perda nos últimos 10. O S&P 500 caiu cerca de 19% em relação ao seu recorde de janeiro e está mais uma vez se aproximando do território de baixa.

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