Desenrola: prazo para inscrição de credores é encerrado
Segundo o governo federal, número total de adesões representa 86% das dívidas de até R$ 5 mil negativadas dos brasileiros
O prazo para inscrição no programa Desenrola Brasil terminou na última terça-feira (12) com 924 credores, entre bancos, varejistas, companhias de água e saneamento, distribuidoras de eletricidade, entre outros.
Segundo o governo federal, o número total de inscrições representa 86% das dívidas de até R$ 5 mil negativadas dos brasileiros, disponibilizadas pelos bureaus de crédito.
As dívidas serão filtradas pelo critério de renda da Faixa 1, composto por pessoas que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640), ou que estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e que tenham dívidas cujos valores de negativação não ultrapassem o valor de R$ 5 mil.
Ainda de acordo com o governo, haverá um leilão no final da próxima semana, onde as dívidas serão organizadas em lotes, como de cartão de crédito, varejo, eletricidade, saneamento.
As propostas com maiores descontos serão selecionadas para a renegociação com garantia do programa.
O Ministério da Fazenda tinha prorrogado a inscrição de empresas para esta terça-feira. Anteriormente, o prazo terminava no último sábado (9).
Garantia
O governo reservou um montante de R$ 8 bilhões em recursos do Tesouro Nacional para serem usados como garantia do programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil.
O valor direcionado às garantias foi aportado no Fundo de Garantia de Operações (FGO) e, segundo a pasta, o volume de ações a ser viabilizado com esses recursos dependerá dos descontos oferecidos pelas empresas credoras.
Sem detalhar valores, o governo informou que cerca de 300 credores reúnem a maior fatia dos débitos, citando como exemplos bancos, empresas de saneamento e grandes varejistas.
O valor médio das dívidas para essa faixa de endividados é de aproximadamente R$ 1.000, informou o Executivo.
A iniciativa do governo visa sanar pendências financeiras da população e abrir espaço para ampliação de crédito e do consumo em meio a um quadro de juros elevados e dados de inadimplência que atinge mais de 70 milhões de brasileiros, segundo informações da Serasa.
As renegociações serão feitas por meio digital, através da plataforma que reunirá informações de todos os bureaus de crédito do país.
As companhias que vencerem o leilão terão acesso à garantia do governo e terão a dívida repassada a um banco, com os devedores podendo pagar em 60 parcelas com juros de 1,99% ao mês.
Aquelas que não vencerem o leilão, que não terão a garantia, ainda poderão ofertar o desconto no sistema integrado, mas os pagamentos serão à vista.
O programa, de acordo com a Fazenda, será encerrado no final de 2023.
*Publicado por Amanda Sampaio, da CNN. Com informações de Reuters.