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    Começou como piada e ganhou mais fama que o bitcoin: conheça a dogecoin

    A dogecoin foi criada em 6 de dezembro de 2013 por uma dupla de engenheiros de software, basicamente como uma piada

    David Goldman, do CNN Business

     

    Nova York (CNN Business) – Dogecoin é a criptomoeda mais famosa e peculiar do planeta.
    O valor total de dogecoins em circulação é de quase US$ 50 bilhões (cerca de R$ 276 bilhões) -nada mal para uma moeda digital que surgiu como uma piada.

    É a 5ª criptomoeda mais valiosa do mercado, de acordo com a CoinMarketCap, e subiu mais de 6.000% neste ano.

    O preço de uma dogecoin duplicou novamente na sexta-feira (16) após o CEO da Tesla Elon Musk tuitar sobre isso pela enésima vez (mais sobre isso adiante). A demanda por dogecoins aumentou tanto nesta semana, que momentaneamente quebrou o sistema de negociação de criptomoedas da plataforma Robinhood.

     

    O que é dogecoin?

    Como todas as criptomoedas, dogecoin é uma moeda digital que pode ser comprada e vendida como um investimento e gasta como dinheiro.

    Embora cada criptomoeda seja única, ela compartilha algumas semelhanças com seus pares mais conhecidos. Seu código é baseado no script da litecoin, por exemplo. Porém, existem algumas diferenças importantes.

    Ao contrário da bitcoin, que definiu 21 milhões como a quantidade finita da moeda digital, a dogecoin tem 129 bilhões de moedas em circulação, e continuará a disponibilizar novos blocos de moedas para mineração a cada ano. Isso é parte do motivo pelo qual uma dogecoin é atualmente avaliada em cerca de três moedas, e um bitcoin vale cerca de US$ 62 mil (cerca de R$ 342 mil).

    As criptomoedas estão ganhando cada vez mais aceitação como moeda para a compra de mercadorias, mas a dogecoin não tem muito uso no mundo real. Existem alguns nichos de mercado, incluindo o uso de dogecoins para dar gorjetas para artistas online, por exemplo.

    No entanto, seu maior diferencial é sua comunidade online, e é o que torna a moeda tão ímpar e divertida. O grupo, que é ativo na rede social Reddit, levantou dinheiro (em dogecoins, obviamente) para causas de caridade e, em 2014, conseguiu um financiamento coletivo para fazer com que o piloto da Nascar Josh Wise anunciasse a dogecoin em seu carro.

    “A dogecoin não é um instrumento numismático deflacionário alternativo, mas uma exploração inflacionária de construção de comunidades em torno de um criptoativo”, escreveu Usman Chohan, economista da Escola de Administração da Universidade de New South Wales, em um artigo atualizado em fevereiro sobre a moeda digital.

    Como tudo começou

    A dogecoin foi criada em 6 de dezembro de 2013 por uma dupla de engenheiros de software, basicamente como uma piada.

    Billy Markus, um programador da IBM da cidade de Portland, nos Estados Unidos, decidiu diferenciar sua criptomoeda do bitcoin, que na época estava envolta em mistérios, tinha um criador anônimo e atraía um pequeno grupo de mineradores. Markus queria que sua criptomoeda fosse aberta ao público, de acordo com Chohan.

    O programador buscou ajuda para transformar seu sonho esquisito em realidade, e encontrou Jackson Palmer, que trabalhava para a Adobe. Palmer comprou o domínio dogecoin.com -uma homenagem ao meme “doge”, que tinha viralizado na época.

    O site remete às origens da piada: o mascote da raça Shiba Inu é a primeira imagem da página, imitando o meme que o inspirou, com o rosto de um cachorro com frases divertidas que simulam o pensamento do animal.

    No site dogecoin.com, o mascote tem a seguinte legenda: “Dogecoin é uma moeda digital ponto a ponto de código aberto, a preferida dos Shiba Inus no mundo todo”.

    Por que de repente ficou tão famosa?

    A dogecoin não é mais uma piada. Sua fama explodiu neste ano, impulsionada em parte pela adoção mais ampla da bitcoin e de outras criptomoedas.

    Além disso, Elon Musk é o defensor mais proeminente da dogecoin. Apenas um de seus tuítes bizarros para 50 milhões de seguidores pode causar a alta da criptomoeda, e foi exatamente o que aconteceu na sexta-feira (16). Musk tuitou “Doge Barking at the moon” (num trocadilho com a palavra “dog”, cachorro em inglês), e compartilhou a foto de uma pintura do artista espanhol Joan Miró, intitulada “Dog Barking at the Moon” (“Cão latindo para a lua”).

     

    A dogecoin também alcançou um status de “cult” no Reddit, onde um grupo famoso (não muito diferente do grupo WallStreetBets por trás do frenesi da rede de lojas de videogame GameStop) decidiu, no início deste ano, projetar o valor da criptomoeda “para a lua”. A dogecoin disparou mais de 600% após esse impulso.

    Se é ou não um investimento inteligente, a questão ainda está em aberto. O bitcoin, a criptomoeda mais negociada e mais amplamente aceita, está sujeita a uma volatilidade extrema, portanto a dogecoin também pode desmoronar sem aviso. Mesmo assim, sua valorização neste ano foi impressionante.

    Markus, que vendeu todas as suas dogecoins quando foi demitido em 2015, não ganhou muito com o crescimento astronômico da moeda. Ele usou o que tinha para comprar um Honda Civic.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês aqui.)

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