Com pandemia, BC vê alta de crédito bancário de 4,8% para 7,6% em 2020
De acordo com a autarquia, o aumento na estimativa é reflexo do maior volume de empréstimos desde meados de março, consequência dos impactos da pandemia
O Banco Central (BC) atualizou suas projeções oficiais para o mercado de crédito brasileiro em 2020. A previsão é de que o saldo de crédito este ano tenha alta de 4,8% para 7,6%.A nova estimativa já leva em consideração os impactos da pandemia da Covid-19 na economia. O número faz parte do Relatório de Economia Bancária (REB), divulgado pelo BC nesta quinta-feira (4).
Normalmente, a projeção para o crédito é divulgada no Relatório Trimestral de Inflação, no entanto, o BC antecipou a atualização da previsão por conta da “mudança expressiva na conjuntura” em meio à pandemia.
De acordo com o BC, o aumento na estimativa é reflexo do maior volume de empréstimos desde meados de março, consequência dos impactos da pandemia. “Em especial, a aceleração de concessões repercute, principalmente, a busca por recursos por parte de empresas face à redução dos fluxos de caixa.
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Ressalte-se, adicionalmente, que o movimento também está influenciado pelos efeitos das medidas que abrangeram o mercado de crédito, buscando mitigar danos econômicos causados pelo surto de Covid-19”, diz o relatório.
A expectativa para o avanço do crédito livre neste ano passou de 8,2% para 10,6%. Já no caso de recursos direcionados, a projeção foi de zero para alta de 3,5%.
Concentração de crédito
O documento concluiu ainda que a concentração bancária registrou leve recuo em 2019. Os cinco maiores bancos do país – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander – detinham, em dezembro do ano passado, 83,7% do total das operações de todas as operações de crédito no segmento bancário brasileiro. No mesmo período do ano anterior, o percentual era de 84,8%.
No final do ano passado, as cinco instituições financeiras eram responsáveis, também, por 83,4% dos depósitos no final do ano passado, ante 83,8%, em 2018.
“A redução da participação dos principais bancos públicos federais foi, em alguma medida, acompanhada por um aumento na concentração entre as instituições privadas, mas não o suficiente para aumentar a concentração total”, explicou o BC.
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