Com juros altos, pessoas começam a abrir mão do consumo corrente, diz especialista
Expectativa do mercado é mais uma alta nos juros nesta quarta-feira (3), dessa vez de 0,50 ponto percentual, o que levaria a Selic a 13,75% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, iniciou na terça-feira (2), em Brasília, a reunião para definir a nova Selic, a taxa básica de juros. E a expectativa do mercado é mais uma alta nos juros, dessa vez de 0,50 ponto percentual, o que levaria a Selic a 13,75% ao ano.
Em entrevista à CNN, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirmou que com juros altos, “pessoas começam a abrir mão do consumo corrente”.
Anteriormente, no começo da pandemia, a taxa Selic estava a 2% e, com uma injeção maior de capital, as pessoas tiveram mais facilidade em contrair crédito.
Agora, com os juros rondando os 14%, a inadimplência sobe e os brasileiros não tem mais tanto capital, “sendo obrigados a abrir mão de [alguns] consumos para honrar os compromissos anteriores”.
O analista acredita também que “muita gente vai utilizar o décimo terceiro para honrar os compromissos da pandemia”.
Dessa forma, ele afirma que nunca é tarde para começar a sanear as finanças, além de repensar e reorganizar os gastos. E já aponta que, em 2023, a inflação seguirá descolada do patamar do Banco Central, e o Copom precisará subir a taxa de juros.