Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CMN mantém alvo da inflação em 3% para 2026 e adota meta contínua a partir de 2025

    Fazem parte do colegiado os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do presidente do BC, Roberto Campos Neto

    Gabriel Bosada CNNSamantha Klein , Em São Paulo e Brasília

    O Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve, nesta quinta-feira (29), o alvo da inflação em 3% para 2026 – com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo – e aprovou a adoção da meta contínua perseguida pelo Banco Central (BC) a partir de 2025.

    Fazem parte do colegiado os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

    Atualmente, a meta de inflação é definida seguindo o ano-calendário, ou seja, a autoridade monetária deve perseguir uma meta de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechada ao fim de cada ano.

    A pauta principal do encontro foi o horizonte de tempo da meta, saindo de ano-calendário (ou seja, com o CMN definindo anualmente) para uma meta contínua, não limitada ao período de um ano.

    A meta para 2026 é a mesma para 2024 e 2025. Mais cedo, a ministra Simone Tebet, do Planejamento, já tinha dito que não haveria possibilidade do governo propor alteração na meta para os próximos dois anos. No caso de 2023, a meta é de 3,25%.

    O ministro Fernando Haddad já vinha defendendo que a meta seja contínua, e não limitada a um ano.

    “Com isso, esperamos, fortemente, que a taxa de juros começará a cair em agosto. Tínhamos de fixar a meta para 2026, o que estava programado desde o início do ano, não nos antecipamos porque a economia, hoje, chega bem [com as medidas estabelecidas pela equipe econômica]. Por isso, achamos que a Selic cai em agosto sem risco de desancoragem”, disse Haddad.

    Haddad garante que o fato de o horizonte de tempo mudar mantém o incentivo para fazer a inflação continuar dentro da meta.

    Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, pontua que a mudança aprovada pelo CMN abre espaço para a redução dos juros por trazer mais segurança aos investidores.

    “A definição da meta deve contribuir para a redução da incerteza e reancoragem das expectativas de inflação mais longas, o que por sua vez tende a devolver credibilidade para a política monetária e abrir espaço para os cortes de juros”, pontua.

    Para João Peixoto Batista Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, a mudança do sistema de metas possui pontos positivos e negativos.

    Por um lado, a flexibilização pode ser vista como uma ingerência indireta na atuação do BC, enquanto por outro, a mudança deixa a meta mais dinâmica e aliada às mudanças da economia.

    “Hoje, a meta é anual, e sabemos que, durante um ano, muita coisa pode mudar. Neste caso, uma meta dinâmica, mas regrada às boas práticas de política fiscal e monetária, seria interessante. O próprio mercado atua, constantemente, revisando preços e projeções conforme os cenários se desenrolam”, afirma.

    Tópicos