Chegou aos 30? Saiba como se planejar para ter dinheiro agora e no futuro
Ideal é diversificar o investimento em operações de risco moderado
Manter uma vida financeira organizada deveria ser feito por pessoas de qualquer idade. Seja para os jovens adultos que estão começando em seus primeiros empregos ou para quem já está se aposentando. Mas parece haver um sentimento de que a chegada aos 30 anos indica a hora de criar uma maior responsabilidade financeira para se planejar para os próximos anos.
É claro que não se trata de uma barreira fixa. Mas é uma régua que leva em consideração um adulto que provavelmente já saiu da casa dos pais, está razoavelmente estabelecido em uma profissão na qual já completou estudos técnicos ou de ensino superior e que já está pensando em ter filhos.
O CNN Brasil Business consultou especialistas em finanças para reunir dicas de como se planejar financeiramente nesta fase.
“Essa é uma fase decisória na vida das pessoas. O momento de se planejar para o futuro”, diz Mayra Lima, assessora de investimentos da Guide Investimentos. De acordo com a especialista, não há como fazer isso sem pensar em criar uma reserva financeira e de emergência. “Esse é o primeiro passo de qualquer organização nas contas.”
Não há um valor exato para a criação da reserva, mas Sandra Blanco, estrategista-chefe da Orama Investimentos, recomenda pensar num valor que possa cobrir entre 6 e 12 meses do salário atual. “Essa reserva não vai ser feita da noite para o dia. Se conseguir economizar 10% do salário por mês, vai levar 60 meses para conseguir criar uma reserva de seis meses”, diz.
De fato, é uma tarefa das mais simples. Um levantamento feito em outubro pela fintech Acordo Certo, que atua com renegociação de dívidas, apontou que 73% dos brasileiros não têm o hábito de guardar dinheiro no fim do mês para criar tais reservas. A pesquisa foi feita com 13 milhões de usuários e cerca de 30 empresas parceiras da startup, como varejistas e bancos.
É importante que essa reserva financeira não fique parada. Ou seja, esquecida numa conta corrente qualquer ou escondida debaixo do colchão. O ideal é diversificar o investimento em operações de risco moderado. Esse investimento não precisa ser alto a ponto de impactar severamente no estilo de vida, mas precisa ser controlado e encarado quase que como uma despesa mensal.
Sobre onde investir, Mayra diz que isso varia muito conforme o perfil de cada pessoa e deve levar em conta se o investidor é casado, se tem filhos, quanto possui para alocar numa operação de maior risco e por aí vai. O ideal é que a carteira seja o mais diversificada possível levando em consideração o objetivo de juntar patrimônio para o futuro.
O ideal, no entanto, seria investir em produtos que possam render ao menos 1% ao mês (e ficar atento com as taxas cobradas pelas corretoras e se o investimento é ou não isento de imposto de renda). Num cenário mais positivo em que exista o retorno líquido de 12% ao ano, Sandra explica que seria possível dobrar o capital investido a cada seis anos.
O aumento da taxa Selic, que proporcionou a volta dos holofotes para o investimento em renda fixa, pode ser uma boa opção neste sentido, já que contam com produtos que possuem proteção do Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil e tem opções pré-fixadas para que o investidor já saiba de saída de quanto será o ganho ao fim do investimento – a descontar a inflação.
“A vantagem deste investidor é que ele ainda tem 30, 35 anos pela frente antes de se aposentar. Ele tem o tempo a favor”, diz Sandra. Já para quem ainda não começou a guardar, vale a máxima do “antes tarde do que nunca”.