Carteira de dividendos: veja papéis mais recomendados para setembro
Ao todo, foram analisadas as recomendações de investimentos de cinco bancos, corretoras e plataformas
A Petrobras voltou a ser a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em setembro.
Foram analisadas recomendações de cinco bancos, corretoras e plataformas: XP, Santander, BTG Pactual, Guide Investimentos e Grana Capital.
Os papéis mais recomendados foram:
- Petrobras: 5 recomendações;
- Vale: 4 recomendações;
- Eletrobras, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Copel: 3 recomendações.
Em agosto, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a distribuição de dividendos na mesma data de divulgação dos resultados do segundo trimestre, quando a petroleira registrou prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões.
A fatia é de R$ 13,57 bilhões de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes aos resultados do segundo trimestre deste ano, equivalentes a R$ 1,05 por ação ordinária e preferencial em circulação.
A primeira parcela será paga no dia 21 de novembro sob a forma de JCP ,e a segunda em 20 de dezembro em forma de dividendos.
Além disso, a companhia afirmou que poderá distribuir dividendos extraordinários ao fim do ano se identificar caixa superior ao necessário para a empresa.
O BTG Pactual analisa em seu relatório que os “desenvolvimentos políticos e as novas fusões e aquisições podem ocasionalmente impactar o desempenho das ações”, mas que a empresa ainda oferece uma combinação atraente de valor e crescimento lucrativo.
Sobre o mercado de minério de ferro, onde a Vale se insere, o Santander diz que deve se manter “relativamente equilibrado”, o que beneficia a companhia, destacando “o projeto localizado no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, que aumentou a oferta da commodity de maior qualidade”.
Recentemente a Vale definiu Gustavo Pimenta como sucessor Eduardo Bartolomeo no comando da mineradora.
Aumento dos juros e política fiscal
Segundo o BTG Pactual, o cenário do mercado é de volatilidade, com uma curva de juros de longo prazo elevado, grandes resgates de fundos locais e uma alta saída de investidores estrangeiros dos mercados de capitais do Brasil.
Na terça-feira (3), os juros futuros para 2025 subiram 11,79%, após surpresa com o avanço de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024. Os analistas esperavam uma alta de 0,9%, mas o número foi o maior desde o quarto trimestre de 2020.
Diante disso, especialistas argumentam que o resultado deve gerar revisões para cima do crescimento da economia neste ano, ao mesmo tempo que aumenta a pressão sobre a política monetária para controlar a inflação e levar o BC a subir a Selic em setembro na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Já em meados de agosto, apostas de juros mais altos ganharam força, com falas seguidas de membros da cúpula do BC afirmando que o colegiado não hesitaria em subir a taxa básica caso o cenário exija.
“O mercado continua a precificar aumentos juros nas curvas e as expectativas de inflação para 2025 continuam bastante distantes da meta de 3,0% ao ano”, analisa a EQI Research.
Em meio este cenário de expectativas, o governo federal indicou Gabriel Galípolo para assumir a presidência do BC a partir de 2025. Ex-número 2 da Fazenda, Galípolo ocupa atualmente a diretoria de Política Monetária do Banco Central.
Além dele, o governo federal ainda deve anunciar três nomes para diretorias do BC. Todos precisam ser aprovados em sabatina no Senado.
Mas, conforme o BTG Pactual, aumentar a Selic enquanto o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) está cortando pode desiludir os investidores.
Além disso, o primeiro semestre do ano registrou o movimento mais intenso de saída de capital estrangeiro da B3 desde 2020, ano da pandemia de Covid-19.
*Sob supervisão de Gabriel Bosa