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    Maioria das bolsas da Europa fecham em baixa, com pressão de decisão do BCE

    Banco Central Europeu elevou taxa de juros em 0,25 ponto; crise no sistema bancário voltou a pesar em ações do setor

    Matheus Andrade, do Estadão Conteúdo

    As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta quinta-feira (4) em sessão marcada pela elevação de juros em 0,25 ponto pelo Banco Central Europeu (BCE) e a coletiva de imprensa da presidente da autoridade, Christine Lagarde, que seguiu o anúncio. A postura da instituição mantém espaço para novas elevações, de acordo com a visão de analistas.

    A crise no setor bancário voltou a pesar em ações do setor, especialmente pelos riscos envolvendo bancos regionais norte-americanos. O dia contou ainda com a divulgação de resultados de empresas importantes, além de leituras de indicadores da economia europeia.

    O tom do banco central foi lido como bastante hawkish pelo TD Securities, que destacou como principal surpresa do comunicado o anúncio do fim do programa APP de compra de ativos em julho.

    “A linguagem em torno de futuras decisões de política também se firmou ligeiramente, ao observar que ‘as decisões futuras irão assegurar que as taxas de juros sejam trazidas para níveis suficientemente restritivos’, sugerindo a possibilidade de pelo menos mais uma alta”, diz o banco.

    Lagarde reforçou que a autoridade monetária europeia não está realizando uma pausa no aperto monetário em vigência da zona do euro. A presidente destacou que as taxas serão mantida neste nível “pelo tempo necessário” até a zona do euro atingir a meta de inflação de 2% ao ano, e que isso também será reforçado nas decisões futuras.

    A AB InBev teve impulsionado fortemente o lucro trimestral, e sua ação teve alta de 2,69% em Bruxelas. Em Londres, o papel da Shell, que lucrou mais do que o esperado, avançava 0,86%. Ali, o FTSE 100 recuou 1,10%, aos 7.702,64 pontos.

    Por outro lado, a ação do Casino amargava queda de 7,05% em Paris, após a empresa divulgar recuo nas vendas dos primeiros três meses do ano. Na mesma cidade, o CAC 40 caiu 0,85%, aos 7.340,77 pontos.

    O Deutsche Bank caiu 3,34% diante de um cenário difícil para o setor bancário, e pressionou o DAX, que recuou 0,51% em Frankfurt, a 15734,24.

    Em Milão e Madri as ações de bancos também pesaram nos índices, e o FTSE MIB caiu 0,61%, a 26.670,29 pontos, enquanto o IBEX 35 recuou 0,30%, a 9.049,40 pontos.

    Já em Lisboa voltou a contrariar as principais bolsas, e após uma baixa na quarta, subiu nesta quinta, com o PSI 20 avançando 0,36%, a 6.090,34 pontos, com uma crise política no radar. Neste cenário, o Stoxx 600 caiu 0,46%, a 460,36 pontos.

    Também foram divulgados PMIs de serviços finais da Europa, referentes a abril. Os da Alemanha e do Reino Unido foram revisados para cima, mas o da zona do euro ficou abaixo da estimativa preliminar. Já a inflação PPI do bloco desacelerou mais do que o esperado em março.

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