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    BC vê longa duração para estímulos monetários no mundo, favorecendo emergentes

    O cenário econômico doméstico pode ser caracterizado por uma retomada ainda mais gradual com o término do programa de assistência social do governo

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

    O Banco Central prevê que os estímulos monetários implementados pelos principais bancos centrais ao redor do mundo, para acelerar a recuperação da economia, devem ter longa duração. 

    “A presença de ociosidade, assim como a comunicação dos principais bancos centrais, sugere que os estímulos monetários terão longa duração, permitindo um ambiente favorável para economias emergentes”, avalia a ata da 235ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta terça-feira (15). 

    Ainda de acordo com o documento, a segunda onda da pandemia em algumas das principais economias do mundo deve afetar a atividade econômica no curto prazo. “No curto prazo, a ressurgência da pandemia e o consequente aumento do distanciamento social em algumas das principais economias devem interromper a recuperação da demanda”. 

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    “No médio prazo, entretanto, os resultados positivos dos testes das vacinas, somados aos estímulos monetários e fiscais, podem implicar uma recuperação ainda mais robusta”, pondera. 

    Economia doméstica 

    Para o Copom, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final do ano, quando termina o programa de assistência social do governo implementados durante a pandemia e começa o esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais.

    “A pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica”, diz o documento. 

    Assim, o cenário econômico doméstico pode ser caracterizado por uma retomada ainda mais gradual.

    ‘Forward guidance’ e inflação

    Desde agosto, o Copom utiliza o ‘forward guidance’, que é um mecanismo da política monetária com o objetivo de sinalizar a taxa de juros para determinado período e, assim, conduzir a economia para que essa expectativa seja atendida. Na última reunião, o comitê avaliou que as condições para a manutenção da ferramenta seguem satisfeitas. 

    “As expectativas de inflação assim como as projeções de inflação de seu cenário básico permanecem abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”, observou. 

    No entanto, com uma alta nas previsões para a inflação, junto às incertezas fiscais, o Copom considera que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação do forward guidance, mesmo que o teto dos gastos ainda esteja nominalmente mantido.

    “Essa reavaliação seguiria o receituário do regime de metas para a inflação, sendo baseada na avaliação da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, afirma. No entanto, o comitê reforça que embora haja a possibilidade de o forward guidance ser retirado em breve, “isso não implicaria mecanicamente aumento de juros”. 

    Segundo o Copom, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços de alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada, em razão da coleta extraordinária de preços de mensalidades escolares e transição da bandeira tarifária de energia elétrica para o patamar mais elevado. 

    “Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção”, acrescenta.

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