BC estima que ‘forward guidance’ foi igual a mais um corte de 0,25 p.p.
Mecanismo da política monetária com o objetivo de sinalizar a taxa de juros para determinado período
Ao incorporar a perspectiva para o juro futuro, por meio do forward guidance (FG), nos seus cenários, o Banco Central avalia que isso traz resultados positivos para a política monetária. Um exemplo disso é a queda na estimativa da taxa básica de juros, a Selic, para daqui a dois anos, que passou de 3,42% ao ano para 3,30% ao ano.
O forward guidance, que é um mecanismo da política monetária com o objetivo de sinalizar a taxa de juros para determinado período e, assim, conduzir a economia para que essa expectativa seja atendida. A ferramenta é utilizado pelo Copom desde a reunião de agosto.
Os cálculos realizados pelo BC ainda sugerem que “o efeito do FG é equivalente a uma surpresa na Selic de 11 p.b (pontos base). Ou ainda, é equivalente a uma redução de 25 p.b. na Selic (equivalente a 0,25 ponto percentual), quando o mercado precificava uma redução de 14 p.b.”.
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As informações estão no Relatório Trimestral da Inflação (RTI), divulgado pelo BC nesta quinta-feira (17). “De acordo com as estimativas realizadas, o efeito do FG foi de 0,12 p.b. (taxa nominal) ou 0,11 p.b. (taxa real), sendo similar a uma surpresa negativa de 25 p.b. na taxa Selic”, completa.
“Essa estimativa deve ser vista com cuidado, em função da pequena quantidade de observações, mas serve como uma primeira aproximação para o efeito do FG sobre a curva de juros”, alerta.
O RTI manteve as indicações trazidas na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) na última terça-feira, quando o Copom manteve a Selic em 2,00% ao ano. Entre elas, a de que o forward guidance poderá ser retirado nas próximas reuniões. No entanto, reforçou que isso não implica em um aumento imediato da taxa de juros.
Investimentos estrangeiros
O RTI traz também uma redução na perspectiva de Investimento Direto no País (IDP) em 2020. A estimativa é de que entraram US$ 36 bilhões este ano, ante US$ 50 bilhões projetados em setembro.
“(A forte redução foi) em virtude do resultado dos últimos meses, que refletem lucros reinvestidos em patamar mais deprimido e amortizações de operações intercompanhia acima do projetado no cenário anterior”, explica o documento.
Para 2021, a previsão para o IDP também caiu: de US$ 62 bilhões para US$ 60 bilhões.
Mercado de Trabalho
Com a melhora no número de criação de empregos nos últimos meses, observada pelo Caged, e a melhora do quadro da população ocupada e da força de trabalho, registradas pela PNAD contínua, o BC espera uma aceleração da retomada do mercado de trabalho nos próximos meses.
“A oferta de trabalho deve acelerar nos próximos meses, com o retorno das pessoas ao mercado de trabalho diante do menor distanciamento social e do término das transferências de renda extraordinárias”, prevê.
Segundo o BC, a ocupação também tende a reagir, seguindo a retomada dos indicadores de produção, mas em ritmo menos intenso. Isso deve resultar em uma elevação da taxa de desocupação no curto prazo.
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