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    Bancos foram mais restritivos na aprovação de crédito em 2022, diz BC

    No segundo semestre do ano passado, a autarquia elevou a taxa básica de juros Selic a 13,75% ao ano, à medida que buscava conter a inflação

    Por Luana Maria Benedito, da Reuters

    O Banco Central (BC) disse nesta terça-feira (6) que as instituições financeiras do Brasil apresentaram condições mais restritivas de aprovação de crédito ao longo de 2022, o que viu como consistente com o cenário de taxas de juros crescentes.

    Em seu Relatório de Economia Bancária (REB), referente a 2022, a autarquia notou, no entanto, que a carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou forte crescimento pelo terceiro ano consecutivo, ainda que com desaceleração na expansão do crédito no segundo semestre.

    “Segundo a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC), as instituições financeiras apresentaram condições mais restritivas de aprovação de crédito ao longo de 2022, consistente com o cenário de taxas de juros crescentes”, disse o BC no documento.

    No segundo semestre do ano passado, a autarquia elevou a taxa básica de juros Selic a 13,75% ao ano, no que representou o maior patamar desde 2016, à medida que buscava conter a inflação. A taxa segue nesse patamar até o momento.

    “A elevação da taxa Selic foi transmitida para os juros cobrados nas operações de crédito contratadas em 2022”, avaliou o Banco Central no REB. Segundo o documento, a taxa média de juros dos novos contratos aumentou de forma mais destacada no segmento de pessoas físicas com recursos livres.

    “No que se refere à inadimplência, houve aumento nos atrasos do crédito livre, especialmente no segmento das famílias”, disse o BC.

    Conforme o relatório, a expansão do crédito voltado para as pessoas físicas em 2022 ocorreu de forma heterogênea entre as regiões geográficas, com o Norte apresentando o maior crescimento e o Sudeste, o menor.

    No segmento voltado às pessoas jurídicas, o ritmo de expansão do crédito em 2022 também foi heterogêneo, com a região Sudeste mais uma vez apresentando o menor avanço. A expansão do crédito para pessoas jurídicas em 2022 foi puxada pelas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), disse o Banco Central.

    Segundo o BC, a rentabilidade do sistema bancário brasileiro permaneceu em posição intermediária quando comparada a sistemas bancários de outros países ao longo de 2022. “A maioria dos países, inclusive o Brasil, manteve rentabilidade acima daquela obtida em 2020, ano em que houve o choque da pandemia”, disse a instituição no relatório.

    Enquanto isso, a concorrência nos mercados de crédito aumentou em 2022 para instituições financeiras dos segmentos bancário, de cooperativas e de instituições não bancárias, informou o BC.

    O Banco Central disse ainda que, por meio de sua agenda estratégica, denominada Agenda BC#, “busca promover aprimoramentos no SFN com vistas à democratização financeira, serviços financeiros melhores e cada vez mais inclusivo”. A Agenda BC# está organizada em cinco dimensões temáticas: inclusão, competitividade, transparência, educação e sustentabilidade.

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