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    Banco Central não deve exagerar na dose da taxa de juros, diz ex-diretor do BC

    Tony Volpon, estrategista-chefe da WHG, afirmou à CNN que acredita que inflação deve cair a partir do segundo trimestre deste ano

    Juliana AlvesVinícius Tadeuda CNN , São Paulo

    IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2021 a 10,06%. A taxa de dois dígitos ficou bem acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%. Como estratégia para diminuir a inflação, o Banco Central (BC) tem aumentado consecutivamente a Selic, taxa básica de juros da economia, que encerrou o ano em 9,25%.

    No entanto, em entrevista à CNN nesta terça-feira (11), o ex-diretor do Banco Central e estrategista-chefe da gestora WHG, Tony Volpon, considerou que os aumentos na taxa de juros devem ser feitos com parcimônia, visto que “o BC não deve exagerar muito na dose, se não vamos pagar preço alto no mercado de trabalho“.

    Para o economista, este é o maior desafio do Banco Central no momento, já que um aumento expressivo da Selic poderia afetar a atividade econômica e prejudicar uma aceleração do mercado de trabalho. Volpon considera que uma taxa de juros na perspectiva de 12% ao ano pode ser considerada “exagero”.

    O ex-diretor do BC considera que “há fatores naturais que devem levar a uma queda natural da inflação neste ano”, e acredita que a partir do segundo trimestre deve haver uma queda do IPCA.

    O economista reforçou que um aumento dos juros leva cerca de 6 meses a um ano para de fato impactar a economia, e afirmou que o “Banco Central tem que repensar várias vezes quais serão os movimentos de política econômica”.

    “Em 2020 abaixaram muito a taxa de juros naquele momento, demoraram para subir a taxa de juros no ano passado e agora temos o risco de subir a taxa de juros demais e criar um desnecessário custo para a atividade econômica e para o mercado de trabalho”, avaliou Volpon.

    De acordo com o economista, a projeção de crescimento econômico do país em 2022 está ao redor de 0%. Ele considera que os ativos brasileiros estão muito baratos, e que por isso há “um pessimismo muito grande no mercado sobre a situação do Brasil”.

    No entanto, na visão do ex-diretor do BC, este pessimismo pode ser revertido em 2023 caso o governo eleito, independentemente do presidente, sinalizar que vai focar em uma agenda de reformas e na estabilidade econômica.

    “Independentemente do novo presidente, se sinalizar para o mercado e setor privado que iremos caminhar num cenário de estabilidade e reformas, podemos crescer”, disse.

    Volpon acredita que “a potencialidade de 2023 ser um bom ano para a economia certamente existe” e que uma perspectiva de queda de juros no ano que vem pode ajudar o Brasil a encontrar o crescimento econômico.

    Veja a entrevista completa no vídeo acima

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