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    Amazon é o “antiFacebook”: gigantes mostram que seguem em direções opostas

    Relatório de lucros do Facebook provocou um colapso de 26% em ações, enquanto empresa de Jeff Bezos viu ações subirem em quase 12% no pré-mercado

    Julia Horowitzdo CNN Business* , em Londres

    Amazon e Meta, do Facebook, são dois dos maiores players do mercado. Ambos ficaram sob pressão durante uma recente liquidação de ações de tecnologia.

    Mas, nesta sexta-feira (4), a direção dessas empresas e suas ações não poderia ser mais diferente.

    O relatório de lucros do Facebook provocou um colapso de 26% em suas ações na quinta-feira, reduzindo quase US$ 240 bilhões de seu valor de mercado. A implosão histórica foi um dos dias mais difíceis para uma empresa pública de todos os tempos e arrastou o Nasdaq para seu pior desempenho desde setembro de 2020.

    Entra a Amazon, que, no fechamento do mercado, divulgou resultados que estão gerando a reação oposta. A gigante da internet, cujas ações subiram quase 12% no pré-mercado, pode valer quase US$ 170 bilhões a mais quando os mercados abrirem.

    Embora os resultados da Amazon não tenham sido perfeitos, os investidores estão aliviados por não seguirem os passos do Facebook, disse ao CNN Business James Cordwell, analista da Atlantic Equities.

    “Foi muito melhor do que as pessoas temiam”, disse ele.

    O negócio de armazenamento em nuvem da empresa, Amazon Web Services, continua a crescer a uma taxa impressionante. A unidade registrou um aumento de 40% ano a ano na receita, para US$ 17,8 bilhões.

    “Provavelmente não há outro negócio em toda a economia que seja tão atraente quanto esse”, disse Cordwell, enfatizando a rapidez com que a AWS está se expandindo, apesar de seu tamanho já enorme.

    O negócio em publicidades também está ganhando força, com vendas saltando 32% ano a ano no último trimestre.

    A Amazon também anunciou que aumentaria o preço de suas assinaturas Prime anuais de US$ 119 para US$ 139 por ano nos Estados Unidos, um sinal de sua influência no mercado e da fidelidade de sua base de clientes.

    A empresa vem trabalhando duro para expandir a entrega de produtos no prazo de um dia e no mesmo dia, ao mesmo tempo em que aumenta a quantidade de programação original no Prime Video, segundo analistas do JPMorgan.

    Eles colocam o valor anual de uma assinatura Prime em cerca de US$ 1.000 e “esperam um pequeno retrocesso do aumento de US$ 20 ano”.

    Tomando nota: a Amazon continua lidando com custos de mão de obra e transporte mais altos e pressões da cadeia de suprimentos, e gerou uma grande parte de seus lucros no último trimestre com seu investimento na fabricante de caminhões elétricos Rivian, que teve uma estreia de grande sucesso no mercado público em novembro.

    Mas a grande diferença entre a Amazon e o Facebook é que a primeira tem muito mais linhas de negócios para aumentar os lucros e manter os investidores fisgados. A Amazon é uma varejista on-line – mas também é grande em negócios de nuvem, receitas de publicidade, conteúdos de streaming e bases de assinantes leais.

    Enquanto isso, o Facebook ainda gera cerca de 99,5% de sua receita total a partir de publicidade. Enquanto a empresa está tentando migrar para a realidade virtual e aumentada, esses investimentos podem levar anos para serem recompensados.

    Nem todo mundo em Wall Street quer ficar até isso acontecer. As empresas de tecnologia enfrentam muito ceticismo à medida que o Federal Reserve retira seu apoio à economia, o que está levando os investidores a serem mais exigentes. Neste momento, eles preferem apostar na Amazon.

    Surpresa no relatório de empregos

    A recuperação de empregos nos Estados Unidos teve um impulso inesperado em janeiro, apesar da variante Ômicron se espalhar rapidamente pelo país.

    Foram criados 467.000 empregos no mês passado, significativamente melhor do que a maioria dos economistas esperava. A taxa de desemprego subiu para 4%, o primeiro aumento desde junho de 2021.

    A Casa Branca preparou os americanos para a decepção no início desta semana. O conselheiro Jared Bernstein disse à CNN que o número de empregos adicionados no início de 2022 pode ser “extraordinariamente baixo” por causa da Ômicron.

    Espera-se que a economia se recupere rapidamente à medida que os casos da Ômicron caem. Ainda assim, o Bank of America alertou para um risco significativo de que a economia americana encolha no primeiro trimestre, devido aos efeitos da variante altamente contagiosa.

    O Goldman Sachs ecoou esse sentimento esta semana, prevendo uma desaceleração abrupta no crescimento e nos gastos do consumidor.

    Não peça um grande aumento, diz Andrew Bailey, do BoE

    A inflação está disparando a uma taxa não vista em décadas, o que significa que em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, os contracheques não vão tão longe para cobrir contas e outras despesas.

    Mas Andrew Bailey, o governador do Banco da Inglaterra, acha que os trabalhadores devem exercer moderação para que os formuladores de políticas possam controlar a situação.

    Bailey disse à BBC que o Banco da Inglaterra está trabalhando para garantir que a inflação não fique “mais arraigada no sistema”. Questionado se estava “tentando entrar na cabeça das pessoas” e pedindo implicitamente aos trabalhadores que não exigissem grandes aumentos salariais, ele respondeu: “Em geral, sim”.

    “Precisamos ver uma moderação nos aumentos salariais”, continuou Bailey. “É doloroso. Mas precisamos ver isso para resolver esse problema mais rapidamente.”

    Dê um passo atrás: os formuladores de políticas estão cada vez mais preocupados com os preços saindo do controle.

    O Banco da Inglaterra elevou sua principal taxa de juros para 0,5% na quinta-feira. Quase metade da equipe de tomada de decisão queria um aumento ainda maior, com a inflação no Reino Unido chegando a 7% em abril.

    O Banco Central Europeu também surpreendeu ao abrir espaço na quinta-feira para um aumento da taxa de juros neste ano, após a notícia de que a inflação na zona do euro atingiu um recorde.

    Os salários são uma grande parte do quebra-cabeça. Os economistas têm observado de perto os sinais de uma “espiral preço-salário”, na qual os trabalhadores exigem salários mais altos para cobrir os custos crescentes, o que, por sua vez, pressiona as empresas a aumentar os preços novamente – criando um ciclo vicioso.

    No entanto, solicitar que os trabalhadores que se esforçaram pela pandemia não peçam uma compensação mais alta, pois o custo dos alimentos e do aquecimento aumentaram (sem surpresa), vem gerando uma reação negativa.

    “Os trabalhadores não precisam de palestras do governador do Banco da Inglaterra sobre o exercício da restrição salarial”, disse o chefe do sindicato Unite do Reino Unido nesta sexta. “Por que toda vez que há uma crise, os homens ricos pedem às pessoas comuns que paguem por isso?”

     

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