Alguns setores ainda devem crescer na bolsa por muito tempo. Veja quais são
Especialista em renda variável fala ao podcast da CNN sobre maneiras de olhar para o investimento em renda variável no longo prazo
Sim, a renda variável é um investimento instável e imprevisível – mas não tão imprevisível.
Há algumas grandes tendências da sociedade que são mais ou menos certas, e que levam uma série de negócios com elas – o mundo vai envelhecer, a população vai crescer, vamos precisar de mais comida.
Para quem mira a bolsa de valores como um investimento de longo prazo, é um bom jeito de ajudar a pinçar as ações para o portfólio.
“Quando falamos em longo prazo, temos que pensar em setores ou indústrias que têm características do que a gente chama de crescimento secular”, diz Leonardo Garcia, estrategista de renda variável para Brasil e América Latina da Santander Corretora.
“São setores que caminham na mesma direção de mudanças estruturais, como por exemplo mudanças de hábito da população ou a dinâmica demográfica de cada país”, disse Garcia, que falou ao podcast do CNN Brasil Business O que eu faço?.
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Entre esses setores, ele menciona operadoras de planos de saúde, farmacêuticas, drogarias – que devem ainda crescer por muito tempo com a tendência sem volta de envelhecimento da população.
Comércio eletrônico, com a crescente digitalização, e agronegócio, com a demanda sempre maior do planeta por alimentos, são outros que também ainda têm muito potencial para crescer.
Pelo mesmo raciocínio do “crescimento secular”, há na outra ponta as empresas e setores que podem acabar sendo deixadas para trás pelas grandes tendências. “Indústrias que vão contra os princípios ESG, que não seguem as melhores práticas de ambiente ou governança, podem sofrer no longo prazo”, disse.
Garcia também deu dicas de como escolher boas empresas que pagam dividendos – outra maneira de pensar os investimentos em renda variável no longo prazo.
“Tem que lembrar que toda a estratégia de dividendo deve sempre ser acompanhada de uma analise da própria companhia”, disse o estrategista. “O que procuramos são empresas que, além de pagar bons dividendos, têm boas chances de crescimento, têm uma alvancagem saudável (…). Não adianta ter um bom ‘dividend yield’ [medida para o tamanho do dividendo] hoje mas que não seja recorrente no futuro.”
Para saber mais detalhes, ouça o novo episódio do podcast O que eu faço?, comandado por Fernando Nakagawa e Luciana Barreto.
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