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    7 passos para investir em ações de forma simples e segura

    Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business enumeram tudo o que você precisa saber para aplicar dinheiro na Bolsa de maneira descomplicada e protegida

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Após atingir um recorde de 119 mil pontos, em janeiro deste ano, o Ibovespa, índice de referência da B3, opera atualmente perto dos 80 mil pontos. A queda brusca, catalisada pelos efeitos ainda incertos da COVID-19 na economia, causou espanto em muitos investidores desacostumados com a volatilidade deste mercado — e interesse em outros, dispostos a explorar oportunidades potenciais.

    O momento instável não inviabiliza os retornos financeiros de quem quer desbravar as possibilidades da renda variável. Isso porque a taxa de juros, na mínima histórica de 3,75%, com expectativa de redução, torna a renda fixa pouco atrativa para quem ambiciona rendimentos robustos. Mas chances de mais retorno também trazem maiores responsabilidades.

    Operar no mercado de renda variável é arriscado, e exige precauções e conhecimentos básicos. Para orientar quem tem interesse, mas medo de fazer essa aposta, o CNN Brasil Business ouviu especialistas, que fizeram um guia com sete passos para você investir de forma segura e sem complicação.

    1. Defina objetivos e estratégias

    Traçar um plano de voo o mais detalhado possível é o primeiro passo. Isso significa saber quanto dinheiro há disponível para o investimento e qual o retorno esperado e em que prazo. Especular no curto prazo, como um trader profissional, ou se tornar uma espécie de “sócio” de empresas, com expectativa de liquidez no longo prazo? São perguntas que você deve saber as respostas.

    Em paralelo, é recomendável buscar informações, a partir de fontes confiáveis, como a própria B3, livros ou portais especializados, e até capacitação — já que trata-se de um mercado bastante volátil e profissionalizado. “Envolve um preparo psicológico que demanda entender muito bem os riscos”,  alerta Giácomo Diniz, professor de Finanças do Ibmec São Paulo.

    Antes de investir em ações, Leandro Loiola, da B3 Educação, recomenda ter uma reserva de emergência, a partir de investimentos conservadores, na renda fixa, por exemplo, de entre três a seis vezes sua renda mensal. “É uma proteção importante, para o que pode acontecer no futuro.”

    2. Abra conta em uma corretora ou banco

    Ninguém investe em ações sem a intermediação de uma corretora ou banco. E para não cair em ciladas, busque sempre instituições certificadas, com boa reputação no mercado. Abra uma conta, a partir do preenchimento de um cadastro digital, e você estará habilitado a investir, depois da aprovação de um limite de crédito — o que pode acontecer no mesmo dia.

    A escolha de qual corretora ou banco depende da relação entre preço e o tipo de assistência demandada. Quanto mais independente o investidor, mais privilegiará o melhor preço. Agora, se necessita um acompanhamento mais personalizado, o foco será na qualidade da assessoria.

    “O perfil da corretora ou banco deve estar alinhado aos seus objetivos. Se você pretende fazer diversas operações no curtíssimo prazo, por exemplo, deve buscar uma corretora com um custo mais atrativo”, avalia Márcio Lórega, analista da Ativa Investimentos.

    3. Identifique o seu perfil de investidor

    Com o plano de voo em mente, faça o teste, junto à corretora ou banco, para saber o quão arrojado ou conservador você é — ou seja, qual seu grau de tolerância ao vaivém do mercado.

    Esse diagnóstico (API, ou Analise do Perfil do Investidor) é importante para saber qual o montante adequado você deve investir em ações, de quais setores ou empresas. E mesmo que você seja um investidor considerado arrojado, alertam os especialistas, é recomendável que não concentre todos os seus aportes na renda variável.

    4. Transfira o dinheiro para a compra de ações

    Operacionalmente, o passo seguinte é transferir o dinheiro destinado à compra de ações para a sua conta na corretora ou banco. Eles são os intermediários responsáveis por concretizar todas as operações de compra e venda que você realizará no futuro.

    Para todas elas há um custo básico, a chamada taxa de corretagem, que pode ser cobrada de forma fixa, por ordem executada, ou variada, proporcional ao tamanho da operação.

    Além disso, a B3 cobra uma outra taxa, chamada emolumento (porcentual pequeno embutido na corretagem) e de custódia — que será reduzida para determinados clientes no segundo semestre. Por fim, sobre algumas transferências bancárias podem incidir a cobrança de TED.

    5. Compre papéis compatíveis com seu plano de voo

    Objetivos e perfil traçados, a próxima etapa é se munir do máximo de informações possível para definir a compra da carteira de ações. Elas são oferecidas em lotes múltiplos de 100, no mercado padrão, ou inferiores a esse valor, no mercado fracionário — basta colocar a letra “F” antes do código da ação.

    “Se quero comprar 133 ações, por exemplo, devo executar duas ordens: uma de um lote de 100, no mercado padrão, e outra de 33, no mercado fracionário”, exemplifica Diniz, do Ibmec. Isso reforça que não é um mercado exclusivo para quem tem muito dinheiro. É possível investir a partir de pequenos valores, mas lembre-se: os retornos potenciais são proporcionais ao dinheiro aplicado.

    Independentemente dos objetivos, um bom caminho para ganhos futuros é diversificar para diluir o risco, alertam os analistas. Uma carteira considerada pouco diversificada tem cerca de cinco papéis, ante perto de quinze de outra considerada diversificada, diz Lórega.

    “O investimento recomendado, no caso de cinco papéis, é de pelo menos R$ 1 mil, para compensar os custos, e de ao menos R$ 5 mil em uma carteira considerada diversificada”, estima o analista da Ativa. Para nortear a escolha, é comum a recomendação de carteiras pelas corretoras, que variam de acordo com o perfil do investidor.

    6. Opere o home broker

    Ordens de compra e venda de ações são feitas através de um sistema online, chamado home broker. O investidor tem total liberdade para fazer quaisquer operações, quando quiser, mas sempre através da intermediação da corretora ou bancos — ultimos responsáveis pela execução das ordens.

    Para maximizar as chances de sucesso, é imprescindível acompanhar o mercado, que tem uma ampla oferta de informações, relatórios e análises de profissionais. Se você não tiver essa disponibilidade de tempo, há alternativas mais cômodas, como ETFs, fundos que seguem índices da B3.

    7. Realize, sempre que possível, lucros

    Há três formas de realizar lucros: dividendos (quando o lucro da empresa é compartilhado), venda (em um momento em que estiver mais cara do que comprou) e aluguel de ações. Para maximizar as chances de sucesso, os especialistas recomendam a não se desesperar em momentos de instabilidade, como o atual, catalisado pela COVID-19 e a crise do petróleo.

    “O mercado é cíclio. Não conheço ninguém que tenha ficado rico vendendo no pânico e comprando na euforia. (…) Tem que ter sangue frio para encarar quedas como possíveis oportunidades, e altas como momentos para reequilibrar a carteira”, diz Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos.

    Não existe período mínimo de permanência neste mercado. Há operações, feitas por robôs, que demoram menos de um segundo, o que possibilita a venda, ou saída, no mesmo dia da entrada. Desde maio do ano passado, o prazo de liquidação — ou seja para o dinheiro pingar na sua conta —  passou a ser de dois dias, em linha com práticas internacionais.

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