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    Fim do rotativo pode acabar com parcelamento sem juros, alerta presidente da Abrasel à CNN

    Paulo Solmucci Jr diz que bancos não podem compensar perda de lucro aumentando a taxa cobrada nas transações em que há parcelamento sem juros

    Flávio Ismerimda CNN

    São Paulo

    O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci Jr, alertou, em entrevista à CNN neste domingo, que o fim do rotativo do cartão de crédito pode acabar com o parcelamento sem juros.

    Solmucci disse que os bancos não podem compensar a perda de receita provocada pela diminuição dos juros aplicados sobre os inadimplentes do cartão de crédito aumentando a tarifa cobrada nas transações parceladas sem juros.

    “Não estava claro o custo disso para o pequeno e para o médio comerciante. Aleijar o parcelado sem juros, tentar acabar com ele, seria muito danoso para todo o comércio”, afirmou.

    O presidente da Abrasel defende que o prejuízo seja incorporado pelos bancos e não repassado aos pequenos e médios comerciantes — que, segundo ele, não teriam acesso a linhas de crédito competitivas para conseguir oferecer o parcelamento de itens mais caros.

    “Nós propomos concorrência, não que eles sejam compensados com tarifa. O que não dá é para fazer tarifa escondida, garantir o lucro dos bancos em prejuízo dos bancos e do consumidor”, defendeu.

    “O grande varejista acaba arrumando linha de crédito própria com os bancos e oferecendo. O pequeno que vai vender, por exemplo, um celular parcelado em 10 vezes? Ele não vai ter esse crédito disponível e vai ser usado um grande fornecedor, um grande banco”, explica.

    Campos Neto fala em acabar com o rotativo

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou, na quinta-feira (10), que se estuda a extinção do crédito rotativo — quando o consumidor não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento — como uma forma de combater a inadimplência nos cartões de crédito.

    A taxa de juros do crédito rotativo ficou em 437,3% ao ano em junho.

    Em audiência pública no Senado, Campos Neto afirmou que os técnicos da autoridade monetária estudam encaminhar os devedores direto para o parcelamento da dívida, que teria taxas de juros menores, em torno de 9% ao mês — atualmente está em média em 15%.

    Campos Neto apontou que o grande problema do endividamento do brasileiro é o cartão de crédito.

    Segundo ele, este cenário é resultado do parcelado sem juros, que ajuda o comércio, mas que tem aumentado. “Saímos de cento e poucos milhões de cartões crédito para 215 milhões em dois anos e meio, resultando em inadimplência em 52%.”

    Veja mais — O que são juros?

    Entrevista produzida por Elis Franco