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    Fim de ‘cockpit’ e ‘airman’? Agência dos EUA pede que aéreas usem gênero neutro

    As sugestões feitas pela FAA incluem a mudança da palavra "airman" por "aviator", por exemplo

    Tamires Vitorio, do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    Um comunicado emitido pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) recomendou que as companhias aéreas passem a utilizar linguagem neutra, removendo palavras ligadas exclusivamente ao gênero masculino, para se tornar mais inclusiva. 

    As sugestões feitas pela FAA incluem a mudança da palavra “airman” por “aviator” — ambas se traduzem para “aviador” em português. A palavra “cockpit”, que significa “cabine”, deve ser substituída para “flight deck” e a palavra “man-made”, que significa, literalmente, “feito pelo homem”, pode ser trocada por “fabricada” ou “construída”. Outras alterações também são sugeridas ao longo do documento de 217 páginas. 

    “Pesquisas mostram que a utilização de uma linguagem geral neutra pode levar a um ambiente mais inclusivo que atrai mais pessoas para a indústria e ajuda a mantê-las”, disse o comitê. “À medida que cresce e amadurece, a indústria de drones tem a oportunidade de usar e abraçar uma linguagem de gênero neutro que a define como uma indústria que é respeitosa, acolhedora e traz valor para quem trabalha nela”, continua o relatório. 

    A FAA também recomenda que, “para assegurar a inclusão”, sejam utilizados termos sem gênero como “pessoas” em vez de focar nos gêneros binários (“homem e mulher”, “ela e ele”). “Evitar uma linguagem imprecisa e que exclui os outros pode criar um ambiente de trabalho onde todos os trabalhadores se sentem seguros para exibir seus pontos de vista, assim melhorando a segurança operacional e psicológica”, aponta a agência.

    A sugestão acontece ao mesmo tempo em que a administração do presidente norte-americano, Joe Biden, já falou sobre a necessidade de o setor da aviação ter mais mulheres. Segundo o US Bureau of Labor Statistics, 94% dos pilotos e engenheiros de voo no país são homens brancos. Apenas 8% de todos os pilotos certificados nos EUA são mulheres e 4,7% exercem a profissão. O número fica ainda menor quando o assunto são os drones: neles, as mulheres representam apenas 4% da força de trabalho. 

    E no Brasil?

    A igualdade de gênero na área teve uma melhora nos últimos anos pesquisados. De 2015 a 2017, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de mulheres licenciadas como pilotos privados de avião aumentou 165%, indo de 279 para 740. Já o de mulheres como pilotos privados de helicóptero foi de 47 em 2015 para 167 em 2017. 

    Mesmo assim, a diferença entre homens e mulheres na profissão, naquela época, era gritante. Em 2017, o Brasil tinha 1.465 mulheres pilotos contra 46.556 pilotos homens.

    A Anac não tem um estudo mais recente disponível. 

     

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