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    Fiesp faz assembleia que pode definir futuro de Josué Gomes

    Executivo será cobrado, entre outros temas, por viagens e reuniões em Brasília, além do manifesto em favor da democracia

    Edifício sede da Fiesp, na Avenida Paulista, em São Paulo
    Edifício sede da Fiesp, na Avenida Paulista, em São Paulo Divulgação

    Luiz Guilherme Gerbelli, do Estadão Conteúdo

    A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realiza na tarde desta segunda-feira (16) uma assembleia que pode definir o futuro do executivo Josué Gomes no comando da entidade.

    O encontro desta segunda foi definido pelo próprio presidente da entidade em dezembro do ano passado, como uma resposta a um grupo de sindicatos patronais que havia marcado uma assembleia com o objetivo de tirá-lo do cargo.

    Na pauta do encontro, o executivo será cobrado, entre outros temas, por viagens e reuniões em Brasília, além do manifesto em favor da democracia divulgado pela Fiesp em agosto de 2022 sem o consentimento de toda a entidade. “Ele terá de convencer corações e mentes”, disse uma fonte que deve participar da assembleia.

    Parte da Fiesp enxergou no manifesto um desagravo da entidade ao governo Jair Bolsonaro (PL) – Josué é filho de José Alencar, morto em 2011, que foi vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Antes da assembleia, o empresário deve almoçar com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin (PSB).

    Aumento da tensão

    Nos últimos meses, a Fiesp enfrentou uma intensa disputa política. Josué é acusado de ser distante da entidade e dos pleitos de interesse setorial, o que deu munição para que os sindicatos considerados menores passassem a pressionar pela saída do executivo.

    Ele só pode deixar a presidência da Fiesp se renunciar ou por meio de uma nova assembleia. Uma eventual saída, no entanto, não é bem vista pelas entidades de grande peso no setor industrial.

    “Isso poderia afetar a credibilidade e toda a história da Fiesp”, disse um executivo.

    Procurada, a entidade não quis comentar.

    Troca de comando

    Herdeiro da Coteminas – empresa do setor têxtil -, Josué assumiu o comando da Fiesp no ano passado e encerrou um ciclo de quase 18 anos de Paulo Skaf na presidência da entidade. O empresário foi eleito em chapa única.

    Próximo a Bolsonaro, Skaf tem sido um dos principais críticos da atual gestão.

    Josué chegou a ser convidado pelo presidente Lula para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas recusou o convite sob o argumento de que não poderia assumir o cargo como um “derrotado” na Fiesp. O empresário alegou que, se fizesse isso, pareceria um “refugiado” dentro do governo.

    Os nomes mais cotados para assumir seu lugar no comando da federação – caso ele deixe a entidade – são os de Rafael Cervone Netto, Dan Ioschpe e Marcelo Campos Ometto.