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    FGTS Futuro permitirá que trabalhadores acessem parcelas mais altas no Minha Casa, Minha Vida

    No limite, trabalhadores poderão arcar com parcelas até 26% mais altas, segundo projeção

    Construção de habitações populares do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Olinda (PE)
    Construção de habitações populares do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Olinda (PE) REUTERS/Bruno Domingos

    Danilo Moliternoda CNN

    O FGTS Futuro deve elevar a capacidade de trabalhadores para arcar com parcelas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A modalidade, que deve ter regulamentação aprovada em março, permite usar saldo futuro do Fundo em financiamentos no Faixa 1 do programa habitacional.

    A modalidade foi instituída no governo de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ser aprovada pelo Conselho Curador do FGTS, mas não passou a valer. Com ela, as famílias poderiam usar 8% de seu salário — que depositam mensalmente no Fundo, por lei — para complementar sua parcela no MCMV.

    Segundo as regras do programa, os beneficiários só podem comprometer 30% de sua renda com a parcela da casa. Se o brasileiro estiver no teto do Faixa 1, por exemplo, ganhando R$ 2.640, poderia pagar mensalmente no máximo R$ 792.

    Com o FGTS Futuro, será possível ao trabalhador acessar parcelas até 26% mais altas, segundo projeção avalizada pelo economista e especialista em contas públicas, Murilo Viana.

    No caso desta pessoa que ganha R$ 2.640, os depósitos de 8% equivalem a R$ 211, o que permite acessar uma parcela de até R$ 1.003. Em outro exemplo, um indivíduo que ganha um salário mínimo (R$ 1.412) pode arcar com parcela de R$ 423 e poderá ir a R$ 536.

    Vale destacar que a análise familiar pelos bancos é realizada caso a caso, e não é possível atingir o valor máximo de financiamento caso a família tenha, por exemplo, empréstimos a pagar. Além disso, o governo Lula não apresentou todos os detalhes de como será a regulamentação.

    O governo federal estima que 60 mil casas serão financiadas por ano com os recursos do FGTS Futuro. O secretário de habitação do Ministério das Cidades, Hailton Madureira, disse à que milhares de famílias não têm acesso hoje ao crédito habitacional porque não conseguem atingir o limite do financiamento.

    Riscos ao trabalhador e ao Fundo

    Para Murilo Viana, a nova modalidade deve ser pensada de maneira a não prejudicar salvaguardas dos trabalhadores e a dinâmica do Fundo. O FGTS é utilizado para financiar políticas públicas e projetos em infraestrutura do país.

    “Quanto menor a renda da família, mais ele oscila entre o trabalho forma e informal. Ao redirecionar este recurso do Fundo, é perigoso para a salvaguarda do trabalhador, mas também para o Fundo, que poderia sofrer com um aumento da inadimplência”, indica.

    O secretário Madureira também indica que ninguém será obrigado a utilizar a modalidade e caso o trabalhador queira, só poderá contratar com a opção na hora que fechar o negócio. Ele ainda esclareceu que, em caso de demissão, não haverá penalidade, pois o banco faz a análise de crédito futuro antes de liberar o financiamento já prevendo essa possibilidade.

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