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    Fala de Lula sobre “não ter” teto é irresponsável, diz ex-ministro da Fazenda

    Especialista explica que o teto de gastos foi uma ação necessária para por fim a um crescimento continuado e insustentável do gasto público

    Artur Nicocelido CNN Brasil BusinessVinícius Tadeuda CNN

    em São Paulo

    O economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, em entrevista à CNN, afirmou que fala de Lula sobre “não ter” teto é irresponsável.

    O ex-presidente criticou nesta quarta-feira (27) as regras que limitam os gastos do governo federal e defendeu mais investimentos em áreas como saúde, educação, ciência e tecnologia. Ele chamou o mecanismo de controle das contas públicas de “irresponsável”.

    “São declarações desse tipo que geram desconfiança quanto ao futuro governo. O quão responsável será [o candidato] quando ganhar as eleições“, diz o economista.

    Nóbrega explica que o teto de gastos foi uma ação necessária para por fim a um crescimento continuado e insustentável do gasto público acima do PIB. Em meados dos anos 90, essa despesa crescia anualmente cerca de 6%, “e isso estava levando [o país] a uma posição insustentável. Em algum momento, haveria um colapso”.

    Dessa forma, com o surgimento de um limite, houve uma recuperação muito intensa do Brasil, e a taxa de juros caiu para 2%. O economista ressalta que a relação entre a dívida e o PIB é o principal indicador de confiança dos investidores e da sociedade sobre a capacidade do governo de gerir suas finanças.

    Porém, para o ex-ministro, hoje, “o teto perdeu a função como imaginado… o que o país precisa é de uma regra fiscal que dê horizonte, previsibilidade, estabilidade para a economia, inflação sobre controle e juros moderados”.

    Assim, ele acredita que o candidato do PT à presidência poderia dizer é que o governo de Lula “iria examinar o teto de gastos para colocar no seu lugar algo que mantenha as contas públicas sobre controle e permita o Brasil ter juros baixo, inflação baixa e potencial de crescimento”.

    “Algum limite, alguma regra tem que existir. Do contrário, o Brasil caminha para o precipício”, declarou ainda.