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    Expectativas de inflação para 2022 se mantêm bem acima da meta, diz economista

    Em entrevista à CNN, André Braz afirmou que parte da persistência de alta inflacionária do ano passado deve ser transferida para este ano; IPCA encerrou 2021 a 10,06%

    Juliana AlvesLéo Lopesda CNN em São Paulo

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2021 a 10,06%. O resultado fica acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%, e é o maior em seis anos.

    Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    Em 2021, o alvo central da meta para a inflação era de 3,75%, com margem de tolerância que ia de 2,25% até um limite máximo de 5,25%. Analistas de mercado esperavam alta de 0,65% em dezembro, e de 9,97% no ano.

    Em entrevista à CNN, o economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, ressaltou que a inflação foi muito pressionada pelos combustíveis e pela energia.

    “Sempre que energéticos sobem de preço eles alimentam o processo inflacionário. Porque tanto a indústria quanto a prestação de serviços utilizam esses recursos para a produção de bens”, disse.

    “A inflação no ano passado foi persistente e uma parte da persistência vai ser transferida para 2022. Por isso que as expectativas de inflação para esse ano se mantêm bem acima da meta”, complementou.

    Fenômenos naturais, como a onda de calor que atinge o Sul brasileiro e as chuvas em Minas Gerais e no sul da Bahia, podem impactar a produção brasileira de bens.

    “A gente esperava algum alívio da agricultura com recuperação dos reservatórios. Isso acontece em partes, mas a um preço muito grande. No Sul, uma seca extrema. Aqui no Sudeste, chuva ao extremo em algumas regiões. E esses extremos não são bons para a agricultura”, pontua.

    Ele diz que ainda não se sabe a extensão exata dos impactos provocados pelo clima na agropecuária e mineração, “mas alguma sequela vai ficar e entrar na conta da inflação de 2022”.

    O economista da FGV ainda argumenta que, mesmo com a previsão de juros mais altos para tentar conter a inflação, as previsões já indicam que a inflação colará no teto da meta, na casa dos 5%.

    “A preocupação com a inflação é natural e vai sustentar juros mais altos que vão atrasar a retomada da nossa economia. Mas é o preço que a gente tem que pagar para tentar segurar o avanço dos preços”, conclui.

    Com informações de Ligia Tuon, do CNN Brasil Business