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    Bolsas dos EUA fecham em alta com previsão do Fed de três altas nos juros de 2022

    Federal Reserve sinalizou que sua meta de inflação foi cumprida e disse que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia

    Touro de Wall Street em Manhattan, Nova York
    Touro de Wall Street em Manhattan, Nova York REUTERS/Carlo Allegri

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* São Paulo

    As bolsas dos Estados Unidos fecharam no azul nesta quarta-feira (15) refletindo os planos do Fed (Federal Reserve, Banco Central norte-americano) para desfazer as medidas de estímulos e aumentar os juros em 2022. Além do mercado digerir a elevação do limite da dívida a US$ 31,4 trilhões nos EUA.

    O Dow Jones subiu 1,08%, aos 35.926 pontos, o S&P 500 operou em alta de 1,63%, aos 4.709 pontos, e o Nasdaq cresceu 2,15%, aos 15.565 pontos.

    O Federal Reserve sinalizou que sua meta de inflação foi cumprida e disse que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o fim de 2022, conforme encerra as políticas monetárias implementadas no início da crise sanitária.

    Em novas projeções econômicas divulgadas após o término da reunião de política monetária de dois dias, as autoridades previram que a inflação ficará em 2,6% no próximo ano, em comparação com a taxa de 2,2% projetada em setembro. Além disso, a taxa de desemprego cairia para 3,5%.

    Como resultado, a mediana das projeções dos integrantes do Fed mostra que a taxa de juros de um dia de referência do Fed precisaria ser elevada de seu nível atual, próximo de zero, para 0,90% até o fim de 2022, com aumentos contínuos em 2023 (para 1,6%) e 2024 (para 2,1%) para levar a inflação de volta à meta de 2% do banco central.

    Uma pesquisa da Reuters com economistas mostrou que o banco central deveria aumentar as taxas de juros de quase zero para a faixa entre 0,25% e 0,50% no terceiro trimestre do ano que vem, em movimento seguido por outra elevação no quarto trimestre.

    O chair do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, disse que a economia dos Estados Unidos está melhorando rapidamente e não precisa mais do “apoio crescente” fornecido por suas compras de ativos, o que torna apropriado concluir o programa antes do anteriormente projetado.

    “A economia não precisa mais de quantidades crescentes de apoio da política monetária”, afirmou ele.

    Logo em seguida, ele afirmou não ver um fim para a pandemia de Covid-19 no curto prazo, o que torna difícil para o Fed avaliar o que constituiria um mercado de trabalho normal em tal ambiente.

    Se a pandemia estivesse sob controle, os formuladores de política monetária teriam uma ideia melhor de como o mercado de trabalho “pode ​​realmente ser”, comenta Powell, mas “isso não acontecerá tão cedo”.

    Limite da dívida

    Os investidores também estiveram atentos nesta quarta-feira ao impacto da elevação do limite da dívida a US$ 31,4 trilhões, aprovado pelo Congresso norte-americano ontem.

    A aprovação vem na esteira de meses de impasse entre democratas e republicanos, que tentaram forçar o partido de Biden a elevar o limite da dívida, atualmente em US$ 28,9 trilhões, por conta própria para obter munição para anúncios agressivos durante as eleições congressuais de 2022.

    Um acordo da semana passada entre o líder da maioria democrata, Chuck Schumer, e seu equivalente republicano, Mitch McConnell, criou o cenário para a votação de terça-feira, driblando regras do Senado que exigem que ao menos 60 dos 100 membros da Casa concordem em impulsionar a maior parte da legislação. O Senado aprovou o projeto de lei na manhã de terça-feira em uma votação por 50 a 49.

    Comandada pelos democratas, a Câmara dos Deputados endossou o projeto de lei com uma votação de 221 a 209.

    Schumer disse que o aumento cobrirá as necessidades do governo até 2023, o que inclui as eleições de meio de mandato de 8 de novembro que determinarão o controle do Congresso.

    A secretária do Tesouro, Janet Yellen, havia pedido ao Congresso que elevasse o limite da dívida antes desta quarta-feira.

    Conforme o acordo incomum acertado por Schumer e McConnell e aprovado pelas duas casas na semana passada, uma legislação para elevar o teto da dívida poderia ser aprovada desta vez no Senado por uma maioria simples, o que significa que os democratas poderiam fazê-la avançar por conta própria.

    *Com Reuters