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    Estudo mostra quanto dinheiro as pessoas escolheriam para ter uma vida ideal

    Foram entrevistadas cerca de 220 pessoas em 33 países para que cada um respondesse qual seria a quantia necessária para viver sua versão de vida ideal

    Pedro ZanattaJoão Pedro Malardo CNN Brasil Business , em São Paulo

    Um estudo recente publicado pela revista Nature Sustainability tenta responder uma pergunta comum independente do país, classe ou idade: quanto dinheiro seria necessário para satisfazer todos os seus desejos?

    Os pesquisadores entrevistaram cerca de 220 pessoas em 33 países para que cada um respondesse qual seria a quantia de riqueza necessária para viver sua versão de vida ideal.

    Com base nesse número, os participantes teriam de escolher o prêmio que desejavam ganhar em uma loteria, com opções que variavam de US$ 10.000, sendo o mínimo, a US$ 100 bilhões, no máximo.

    É possível imaginar que a maioria dos participantes optou pelo patrimônio de US$ 100 bilhões. No entanto, o estudo sugere que, de maneira geral, muitos não pensam dessa forma. A maior parte dos participantes escolheu opções de prêmios mais moderadas, de US$ 1 milhão ou US$ 10 milhões, com uma minoria optando pelo valor máximo.

    Os pesquisadores apontam que os ideais sobre os limites para a riqueza não estavam ligados a diferenças no desenvolvimento econômico dos países, mas que os entrevistados que optaram por valores próximos a US$ 100 bilhões “tendem a ser mais jovens, pessoas que moram em cidades e valorizam o poder, sucesso e independência, vivendo em países com um foco coletivo maior e mais aceitação sobre diferenças de poder [desigualdade]”.

    De acordo com o estudo, para um homem de 38 anos, com expectativa de vida de 78 anos, US$ 1 milhão equivale a US$ 25.000 por ano. O valor é menor que a renda média de muitos países do Ocidente.

    Para os pesquisadores, os resultados do estudo indicam que as ambições em relação à riqueza seguem uma concepção antiga, do filósofo grego Aristóteles, da moderação entre falta e excesso, refletindo um desejo de ser “confortável, mas não extravagante”.

    De acordo com os dados, os entrevistados que mais escolherem o valor máximo, de US$ 100 bilhões, são os dos Estados Unidos, correspondendo a 32% do total dos entrevistados no país, e da Indonésia, com 39%. A menor proporção foi registrada na China, com 8%, e na Rússia, com 11%.

    Ao analisar os resultados do estudo, os pesquisadores apontam que não há uma evidência clara sobre o quão altruístas as pessoas que escolheram o valor máximo seriam.

    Ao serem perguntados sobre a maior mudança que fariam com o dinheiro, os que escolheram os US$ 100 bilhões foram os que mais mencionaram a resolução de problemas sociais, inclusive de nível mundial.

    Ao avaliar seus valores, tanto os que escolheram os valores medianos quanto os máximos tiveram uma porcentagem semelhante de valorização do bem-estar dos outros. Entretanto, os que escolheram os US$ 100 bilhões colocaram mais importância em seus interesses pessoais.

    “Estamos apenas começando a entender por que as pessoas diferem em seus desejos. Além das diferenças demográficas, culturais e individuais estáveis ​​examinadas aqui, é necessário direcionar a atenção para como as pessoas pensam sobre seus próprios desejos”, destacam os autores do estudo.

    Para eles, o nível ideal de riqueza para uma pessoa leva em conta uma série de considerações pessoais, com fatores que contribuem para o julgamento ou então o restringe.

    “Perguntar sobre a vida absolutamente ideal das pessoas é importante para minimizar os fatores restritivos. Se as pessoas expressam desejos limitados mesmo em sua vida absolutamente ideal, é difícil imaginar por que eles teriam desejos ilimitados depois de considerar as restrições práticas para alcançá-los”, dizem.

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