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    “Estranho se não estivesse afinado com o governo”, diz Galípolo após ser indicado a diretoria do BC

    Atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda nega que indicação seja prévia para comando da autarquia

    Samantha Kleinda CNN , Em Brasília

    Indicado para assumir o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (9) que o alinhamento com o governo federal é natural.

    Após ser anunciado, o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria, braço direito de Fernando Haddad, conversou com a imprensa. Ele negou que haja uma tentativa de interferência do governo federal na autoridade monetária.

    “Me parece que a crítica está associada à ideia de que o ministro Fernando Haddad e o presidente indicaram alguém que está afinado com o governo. O que seria muito estranho se fosse diferente, se eles indicassem alguém desafinado. Me parece que está sendo cumprido o que prevê a lei da autonomia do Banco Central. Cada governo que chegar vai indicar os seus diretores, e me parece trivial e esperado que os indicados tenham algum tipo de alinhamento”, disse.

    Galípolo também negou que sua indicação seja uma prévia de sucessor ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro do ano que vem.

    “Não vim para cá para obter nenhum tipo de carreira pessoal. Minha posição sempre foi de que estou aqui para colaborar com o projeto. Desde que se entenda que posso colaborar, estou à disposição para jogar na posição que entendam melhor”, sustentou.

    O indicado ainda disse que não está indo para o BC “necessariamente para baixar os juros”. Ao ser questionado se será a voz dissonante entre os diretores que participam das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), se limitou a dizer que seu nome ainda será submetido à aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

    Galípolo ainda reforçou que tem boa relação com o atual presidente do Banco Central e que “isso não quer dizer que todo mundo vai convergir para o mesmo lado”.

    Por outro lado, o atual secretário-executivo da Fazenda também não quis comentar a ata Copom, publicada nesta manhã. O colegiado, que tem como principal competência a definição da Selic, conta com a análise de oito diretores e o presidente do BC.

    Ex-presidente do Banco Fator, o atual número dois de Haddad é presença recorrente em agendas com o presidente Lula no Palácio do Planalto e também tem contato frequente com Campos Neto.

    Entre as negociações feitas ativamente pelo secretário estão o novo marco legal das parcerias público-privadas (PPPs) e a proposta de nova regra fiscal.

    Caso seja aprovado, Galípolo será um dos diretores do Copom e participará das discussões sobre a definição da taxa de juros, principal ponto de tensão entre o BC e o governo Lula.

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