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    Especialistas temem que crises globais simultâneas se tornem frequentes, diz pesquisa

    Em sua pesquisa anual de riscos publicada, o Fórum Econômico Mundial descobriu que mais de 80% dos entrevistados esperavam “crises persistentes” nos próximos dois anos

    Julia Horowitzda CNN , em Londres

    Executivos de negócios, políticos e acadêmicos estão se preparando para um mundo com crises cruzadas, à medida que a volatilidade crescente e a resiliência esgotada aumentam as chances de choques simultâneos.

    Em sua pesquisa anual de riscos publicada nesta quarta-feira (11), o Fórum Econômico Mundial descobriu que mais de 80% dos entrevistados esperavam “crises persistentes” ou “choques múltiplos” nos próximos dois anos, na melhor das hipóteses levando a “trajetórias divergentes” para os países e, na pior, desencadeando “resultados catastróficos”.

    Especialistas globais identificaram a crise do custo de vida como o risco de curto prazo mais grave, já que os altos preços de alimentos afetam famílias vulneráveis ​​e aumentam as chances de distúrbios e protestos civis.

    “Nenhum país está imune à erosão social causada pela falta de acessibilidade e disponibilidade de necessidades básicas”, disse Carolina Klint, líder de gerenciamento de risco para a Europa continental na Marsh McLennan, que fez parceria com o Fórum Econômico Mundial no relatório.

    Desastres naturais e eventos climáticos extremos são vistos como o próximo maior risco, seguidos por guerras econômicas, fracasso em mitigar as mudanças climáticas e a polarização da sociedade.

    As preocupações ambientais dominam um horizonte temporal de 10 anos. Os cinco principais riscos de longo prazo foram identificados como falha em mitigar as mudanças climáticas, falha em se adaptar às mudanças climáticas, desastres naturais e eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso do ecossistema e crises massivas de refugiados.

    Isso reflete a mensagem das Nações Unidas em sua recente cúpula climática, que alertou que as nações ainda estão longe de limitar o aquecimento global abaixo do limite crucial de 1,5 grau Celsius, disse John Scott, chefe de risco de sustentabilidade do Zurich Insurance Group, outro parceiro do Fórum Econômico Mundial.

    “Parece que estamos caminhando para uma transição climática muito mais lenta e desordenada”, disse Scott, observando que a guerra na Ucrânia levou os líderes a priorizar o acesso a combustíveis fósseis em detrimento do “que é cientificamente necessário”.

    A pesquisa, que vem antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, que começa na segunda (16), é baseada em respostas de mais de 1.200 especialistas acadêmicos, e em áreas como negócios, governo e sociedade civil.

    Klint disse que as empresas estão começando a gastar mais para se proteger contra riscos compostos e interconectados que podem custar caro no futuro. Mas fazer previsões na era da “policrise” é um exercício difícil.

    A pesquisa de 2022 do Fórum Econômico Mundial colocou o “conflito interestatal” no final de uma lista de riscos que se agravaram desde o início da pandemia. Semanas depois, a Rússia lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia.

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