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    Especialistas divergem sobre poder que Meirelles teria em cargo no novo governo

    Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda é um dos mais cotados para assumir o ministério da Economia na nova gestão de Lula

    Produzido por Isabella Galvão e Vinícius Tadeuda CNN

    O nome do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles é um dos mais cotados para assumir o ministério da Economia a partir de 1º de janeiro no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Embora seja praticamente unânime no mercado financeiro a aprovação à indicação de Meirelles, como um contrapeso de moderação e compromisso com a responsabilidade fiscal na equipe do petista, nem todos acreditam que o ex-ministro terá autonomia para agir como gostaria.

    “O Meirelles é uma pessoa com muita experiência e conhecimento técnico (…), mas a gente consegue ver que a intenção é ter uma cadeira esvaziada”, disse o sócio e presidente da Forpus Capital, Luiz Nunes, em participação no Debate CNN desta quinta-feira (3).

    “Lula já disse que vai quebrar a cadeira [do atual Ministério da Economia] em quatro posições, o que me deixa a impressão de que o governo vai querer emprestar esse renome que o Meirelles tem e colocá-lo em uma pasta que vai ser um pouco uma rainha da Inglaterra”, acrescentou.

    Na visão dele, o perfil técnico e moderado de Meirelles deve acabar ofuscado por um governo montado a partir de indicações políticas, e não deve, assim, conseguir ter muita influência sobre as políticas a serem implementadas – inclusive na revisão da política do teto de gastos, anunciada diversas vezes por Lula ao longo da campanha.

    Já para o sócio da 4intelligence, Juan Jensen, o nome do ex-ministro tem experiência e peso o suficiente para marcar seu lugar à frente da equipe econômica do novo governo petista.

    “Lula falou diversas vezes que vai revogar o teto de gastos; o Meirelles é o pai do teto de gastos. Nada melhor do que o Meirelles para conduzir e apresentar uma nova âncora fiscal para o país”, disse Jensen, lembrando que foi durante o governo de Michel Temer, em 2016, quando Meirelles comandava a Fazenda, que a regra fiscal foi elaborada e aprovada.

    “A impressão que tenho é que ele só aceita o cargo se tiver poder para tomar medidas, montar equipe e fazer o que acredita que tem que ser feito. Foi assim quando ele foi presidente do Banco Central por oito anos com Lula e quando foi ministro com Temer”, acrescentou.

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