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    Especialistas debatem estudos do governo para privatização da Petrobras

    Economista Adriano Pires e cientista político Creomar avaliam avanço nos estudos do Ministério da Economia para desestatizar empresa

    Henrique Andradeda CNN São Paulo

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quinta-feira (12) que o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), vinculado à pasta, dará procedimento aos estudos para privatizar a Petrobras e a Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA).

    A fala ocorreu após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, formalizar a solicitação para início dos estudos de desestatização da PPSA.

    Em entrevista à CNN nesta quinta, Adriano Pires, economista e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, afirmou que o debate sobre a privatização da estatal “está mais maduro”, mas é um projeto de longo prazo, que deve ser abordado pelo próximo governo.

    “Discussão da privatização está mais madura, há cinco dez anos era impossível. No curto prazo, temos que resolver questão do preço, que preocupa o governo e tira voto. No longo prazo, temos que discutir a privatização, depende mais do próximo governo”, afirmou o economista.

    Pires, que recusou a indicação para presidir a Petrobras no mês passado, avalia que o alto preço dos combustíveis preocupa o governo federal. “O governo acha que o preço dos combustíveis está atrapalhando as chances da possível reeleição do Bolsonaro”, disse.

    Entretanto, o economista afirma que o presidente não deve tomar nenhuma medida precipitada. “A pior maneira para segurar os preços seria interferir na Petrobras e controlar os preços. Estou preocupado com alguma intervenção branca até as eleições”, avalia Pires.

    Para o cientista político Creomar de Souza, o debate sobre a privatização da Petrobras é “uma cortina de fumaça” do governo federal. “DIzem que a melhor maneira de não resolver algo em Brasília é criar um grupo de trabalho. Tem-se uma cortina de fumaça, que serve para tirar o foco da inflação, do preço do combustivel e outros elementos”, afirmou em entrevista à CNN.

    Todavia, Creomar avalia que a insistência do governo no assunto projeta gerar uma resposta equivocada dos outros candidatos eleitorais, principalmente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    “Bolsonaro e seus assessores esperam que esse movimento desperte na campanha de Lula a boa e velha resposta improvisada, emotiva que pode servir à campanha do presidente”, disse o cientista político.